Cotidiano

Frio prejudica cultivo e preços podem disparar

Segundo o Simepar a previsão é de que dias ainda mais frios venham pela frente, com possibilidade de geadas até domingo

Toledo – O avanço de uma frente fria pela região Sul do País tem provocado desde o início da semana quedas acentuadas nas temperaturas em todos os municípios paranaenses. Segundo o Simepar (Instituto Meteorológico do Paraná), a previsão é de que dias ainda mais frios venham pela frente, com possibilidade de geadas até domingo (12). O frio intenso pode ter sérios reflexos nas gôndolas dos supermercados a partir dos próxims dias.

Os primeiros sinais de frio intenso ocorreram ontem, com a formação de geada em várias regiões do Estado, inclusive no Oeste, que registrou 1ºC em Toledo, a temperatura mais baixa da região, conforme o Instituto. A sensação térmica, em Cascavel e municípios vizinhos, chegou a -1,4ºC entre as 7h e 8h.

Quem tem muito a perder está preocupado com a previsão dos próximos dias. É o caso do produtor rural Felipe Jagucheski, que investiu pesado na produção de hortaliças. “Infelizmente, quando a geada se confirma pouco podemos fazer. Geralmente o que está na estufa é protegido, mas sempre se perde alguma coisa”.

E quando a lavoura perde o prejuízo não se restringe apenas ao campo. Conforme o economista do Deral em Toledo, Paulo Oliva, não há dúvidas de que assim que confirmadas as perdas, os preços das hortaliças vão disparar nos supermercados. “Por enquanto não há como mensurar os impactos da geada, já que não foi tão brusca. Mas, se a previsão se confirmar e atingir as plantações, elas ficarão mais caras”, afirma Oliva.  

O reajuste e o impacto no bolso do consumidor estão previstos para a próxima semana, de acordo com o diretor técnico da Ceasa, Eder Bublitz. Ele afirma que os grandes cinturões olerícolas, como a Região Metropolitana de Curitiba, que é responsável por 40% de tudo que é produzido no Paraná, podem reduzir a produção por conta das mudanças no clima. “Com isso, haverá aumento ao consumidor final”. A representatividade dessa cultura do Oeste é mínima, somente 3% de tudo que é produzido no Estado. Ele ressalta que não há ainda um índice de reajuste definido. A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, o Emater e as redes de supermercados também não souberam informar os novos preços a serem aplicados.

Trigo deve resistir à geada

Conforme o economista do Deral, Marcelo Garrido, não há, até o momento, preocupação perante as lavouras de trigo cultivadas, principalmente por estarem na fase de floração e frutificação. “O risco ocorre quando a cultura passa pelo estágio de enchimento de grãos, problema que foi registrado na safra 2012/13, quando 37% do total plantado foi perdido por conta da geada, no fim de julho. Ou seja, esta seria a fase mais sensível do trigo a problemas climáticos, mas que só acontece no mês que vem”, relata. Em 2013, a colheita do trigo rendeu 1,9 milhão de toneladas das mais de três milhões estimadas inicialmente.

Em contrapartida, a segunda safra de milho pode ter perdas significativas caso de confirmem as previsões de geada até o fim de semana. De acordo com Garrido, estão em risco 55% do total cultivado no Paraná, de 2,2 milhões de hectares. Com apenas 3% do milho colhido no Estado, a geada pode causar problemas graves à cultura.

Sanepar pede proteção a hidrômetros

Curitiba – A previsão de temperaturas negativas em algumas regiões do Paraná nos próximos dias requer cuidados com o medidor de água, o hidrômetro. O frio intenso e a geada também podem romper as tubulações que ficam expostas.

O rompimento da tubulação e a danificação do hidrômetro causam transtorno direto aos clientes, que podem ficar desabastecidos até a troca dos tubos e equipamentos. Por isso, a Sanepar orienta a população para que proteja o medidor de água a fim de evitar esses possíveis danos. Como precaução, os moradores podem cobrir o relógio e os canos aparentes com caixa de papelão, pedaço de plástico, lona, ou com outro tipo de material que impeça o acúmulo de gelo.

“Fechar o registro de entrada de água à noite é outra medida eficaz, pois evita o acúmulo e o congelamento da água dentro do equipamento e da tubulação”, explica o gerente da Sanepar Renato Mayer Bueno. É importante, porém, que esse material seja de fácil remoção. “Ele deve ser retirado assim que a temperatura subir, ou na data de leitura da conta, para que o leiturista da Sanepar não tenha dificuldade no desempenho de ua função”, completa.