Foz Neste ano, o número de mortes relacionadas ao vírus H1N1 no Paraná chegou a 53, de acordo com o Boletim Epidemiológico de Influenza da Secretaria Estadual da Saúde, total que já supera os resultados dos últimos três anos, quando foram confirmadas 59 mortes entre 2013 e 2015.
De janeiro até 31 de maio deste ano, o número de óbitos é quase 14 vezes maior do que o registrado em todo o ano passado, que teve apenas quatro mortes por H1N1. Conforme o chefe da Divisão Estadual de Vigilância das Doenças Transmissíveis, Renato Lopes, isso ocorre principalmente pela sazonalidade do vírus da gripe, um fenômeno que vem preocupando principalmente os estados da região Sul do País e São Paulo. É algo muito cíclico. Em anos anteriores houve redução nas mortes, mas em 2016 mais pessoas estão susceptíveis à doença conforme apontam os dados, mesmo com a vacinação, relata Lopes. Ele ressalta que em alguns casos a imunidade baixa também pode ser uma das vilãs. Depois de meses da aplicação da vacina, a circulação de anticorpos no organismo pode reduzir, o que facilita a contaminação, diz.
Ao todo, 464 casos de H1N1 foram confirmados no Paraná, o maior número desde 2013, quando 384 pessoas foram diagnosticadas com a doença e 47 morreram. As confirmações, segundo Lopes, envolvem pacientes que apresentaram Síndrome Respiratória Aguda Grave e que possuem risco de morte. Todos precisaram ser internados e passam por tratamento. Além disso, outras 256 pessoas foram atendidas em ambulatórios com sintomas de gripe e realizaram exames para detectar a presença do vírus da Influenza no organismo. Nesses casos, ainda não há diagnóstico para H1N1 e a doença não traz risco à vida de nenhum paciente. Os cinco tipos de vírus da gripe que circulam pelo Estado já afetaram 766 pessoas, com uma morte por Influenza A não subtipado (inconsistente para H1N1).
Foz tem índice preocupante
Conforme o boletim, a 9ª Regional de Saúde foi a que apresentou o maior número de mortes por H1N1 em todo o Paraná. De janeiro a maio foram sete óbitos, todos eles na cidade de Foz do Iguaçu, que registrou também 17 casos da doença.
Já na 10ª Regional de Saúde de Cascavel foram confirmados até o momento sete casos de H1N1, e três mortes, uma em Cascavel, outra em Nova Aurora e uma em Espigão Alto do Iguaçu. Na 20ª Regional de Toledo são nove confirmações do vírus e uma morte.
Ano Casos Óbitos
2013 384 47
2014 48 8
2015 37 4
2016 464 53
Fonte: DVVTR/PR
Pandemia
Os primeiros registros de circulação do vírus H1N1 no Paraná ocorreram em 2009, quando segundo Lopes houve uma pandemia. Isso porque a doença se espalhou rapidamente pelo Estado, fazendo um número maior de vítimas, principalmente pela falta de anticorpos que poderiam preveni-la. Na época, não havia nenhuma forma de prevenção à gripe suína nome que se refere à linhagem responsável pelo surto atual, que surgiu em criações de porcos e reúne genes de vírus que infectam aves, suínos e humanos. Sem vacina e dependendo da importação do Tamiflu (medicamento utilizado no tratamento do vírus H1N1) mais de 300 pessoas morreram no Paraná.
Vacinação
A campanha nacional de vacinação contra a gripe encerrou em 20 de maio, e mais de 92% dos grupos de risco foram imunizados no Paraná. Isso representa mais de dois milhões. Quem faz parte do público-alvo da campanha pode buscar ainda as doses da vacina nas unidades básicas de saúde, que serão aplicadas até que esgotem os estoques.