Cotidiano

Na posse do ministro da Transparência, Temer elogia Congresso por 'apoio indispensável?

BRASÍLIA – O presidente interino Michel Temer pediu aplausos ao Congresso Nacional pelo ‘apoio indispensável’ que tem dado ao Poder Executivo, nesta quinta-feira durante cerimônia de posse do ministro da Transparência, Torquato Jardim. Temer ressaltou que o Congresso, em especial a Câmara, voltou a funcionar, e que o governo ainda enviará “tantos outros projetos”.

Nesta madrugada, a Câmara aprovou em primeiro turno a proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga até 2023 a Desvinculação de Receitas da União (DRU). O Congresso também aprovou a nova meta fiscal e reajustes salariais.

? Em primeiro lugar, quero pedir licença para lançar um aplaudo pessoal à Câmara dos Deputados – começou Temer em seu discurso, completando: ? O que temos visto nesses últimos tempos é o Congresso trabalhando madrugada adentro.

Michel Temer reconheceu que o Congresso Nacional estava em “paralisação”, mas não quis falar sobre os motivos das obstruções. Ele afirmou que as circunstâncias foram as “mais variadas”, e que esse apoio recente é “indispensável”. A interlocução ruim com a Câmara e o Senado foram determinantes para o afastamento de Dilma Rousseff.

Ressaltando que está somente no vigésimo dia de governo “ainda” interino, Temer disse que muitos projetos ainda serão enviados ao Legislativo. Ele declarou ainda que a rápida tramitação de matérias vitais ao governo também mostra “aos olhos do povo” integração, que Temer tem pedido desde sua posse.

O presidente em exercício pediu ao novo ministro da Transparência que ajude a tirar o país da crise, e ressaltou que a moralidade é um preceito da Constituição, que deve, portanto, ser seguido à risca.

? Torquato, vá em frente, ajude esse governo, porque acho que nós merecemos esse apoio para tirar o país de uma crise extraordinária.

Também em breve discurso, Torquato Jardim emocionou-se ao relembrar dos tempos de ditadura e do fato de que sua geração e a de seus pais não tiveram a chance de viver períodos democráticos. Ele prometeu fazer uma gestão “sob o manto da Constituição”. Ele substitui Fabiano Silveira, que pediu demissão na última segunda-feira após aparecer em conversas criticando a Lava-Jato, divulgadas pelo “Fantástico” no domingo.

É o segundo ministro do governo interino a cair em pouco mais de duas semanas. Na segunda-feira retrasada, Romero Jucá (Planejamento) foi exonerado também por aparecer em gravações sugerindo frear a Lava-Jato.