
Cascavel - O Ministério da Saúde vai promover novas ações de enfrentamento à dengue e vai priorizar 312 municípios com alta transmissão da doença ou número de casos em ascensão. Cascavel e mais 27 municípios do Paraná estão na lista para receber as ações, que visam reduzir casos graves e óbitos. As equipes da Força Nacional do SUS estão preparadas para atender às cidades e apoiar na organização da assistência, com capacidade para instalar até 150 centros de hidratação.
Nesse contexto, também está o novo guia que possibilita enfermeiros indicarem exames e medicamentos nas emergências, garantindo assistência no menor tempo. Os 312 municípios prioritários estão divididos em 21 estados e até a primeira semana de abril, dados indicavam que 73% dos casos de dengue no Brasil estão concentrados em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, com 86% dos óbitos. Considerando que o processo de transmissão da dengue é muito dinâmico, essa lista estará constantemente em revisão para a inclusão de mais cidades, se necessário.
Na lista de municípios que vão receber as ações estão ainda as cidades de Foz do Iguaçu e Toledo, que sempre têm uma grande quantidade de casos – inclusive Toledo já teve um óbito confirmado pela doença. Neste ano, o país registrou queda de 75% no número de casos e 83% nos óbitos por dengue quando comparado com o mesmo período no ano anterior. Até o momento, são 998,6 mil casos, em 2025, ante 4 milhões no ano anterior.
Quanto aos óbitos, há 634 confirmados diante dos 3,8 mil contabilizados no mesmo período do ano passado. A redução é resultado das ações coordenadas pelo Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios e a mobilização da população. Diante desse cenário, o Ministério da Saúde intensifica as ações de vigilância, diagnóstico e assistência.
“Distribuímos seis milhões de testes rápidos, além de insumos para diagnóstico laboratorial e controle do vetor. Já foram realizados mais de 650 mil exames laboratoriais pelos LACENs, que são laboratórios estaduais apoiados pelo ministério. E onde houver necessidade, a Força Nacional do SUS será acionada”, explicou a secretária de vigilância em saúde e ambiente, Mariângela Simão.
Com a intensificação das ações, foram iniciados treinamentos e reorientação da rede assistencial em Viamão (RS) e Marília (SP) para apoiar o funcionamento das unidades de saúde e viabilizar o atendimento adequado de pacientes com dengue.
Para a viabilização do elenco de medidas para o controle das arboviroses, como o envio de inseticidas, testes rápidos e laboratoriais, 100% das demandas feita por estados e municípios foram atendidas.
Guias
O Ministério da Saúde publicou, na última semana, novas normas e diretrizes voltadas ao atual momento epidemiológico, com objetivo de contribuir para a organização da assistência com o atendimento aos pacientes no menor tempo, evitando atraso no diagnóstico e início do tratamento, reduzindo o risco de agravamento dos pacientes.
Entre eles, está o Guia da Enfermagem para Arboviroses, que inclui orientações para a autonomia aos profissionais na indicação de exames, medicamentos e hidratação na rede de urgência, como já ocorre na Atenção Básica. Também tem o Guia para Agentes Comunitários de Saúde, com orientações para a busca ativa de pessoas com sintomas, e que não se vacinaram, não vacinados dentro das orientações técnicas, além de demais ações preventivas.
Formação profissional
O Ministério da Saúde também vai apoiar a formação profissional. São 50 mil novas vagas para o curso autoinstrucional de Dengue da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), para aperfeiçoar o atendimento em todo o país. Conteúdos informativos e educativos serão enviados para 50 mil agentes comunitários de saúde, profissionais do Mais Médicos e residentes. E com a tecnologia a favor, a pasta vai reunir lideranças do Programa Mais Médicos em webinário para disseminar estratégias de combate e prevenção da doença, com alcance previsto de 20 mil pessoas. Além disso, o Ministério da Saúde iniciou o apoio aos estados e municípios para a implementação do Manejo Clínico Sindrômico em regiões endêmicas, que consiste em protocolos e processos para subsidiar a identificação da doença já nos primeiros sintomas. Uma ação piloto será realizada em 10 municípios onde circulam mais de um vírus. A ação já começou em Breves (PA) e seguirá para Macapá (AP) na próxima semana. O intuito é analisar os resultados para estruturar a conduta para todo o Brasil.