RIO ? Juliana Areias era uma garota que amava não os Beatles e os Rolling Stones, mas Tom, Vinicius e João Gilberto. Aos 12, comprava revistinhas de violão de bossa nova, ia para o centro cultural ouvir discos de bossa nova. Nessa época, conheceu Ruy Castro no lançamento de seu livro ?Chega de saudade?. Ganhou dele o apelido de Bossa Nova Baby. Vinte e cinco anos depois, é esse o nome que batiza seu disco de estreia como cantora e compositora, que ela apresenta hoje no Beco das Garrafas:
? Minha ligação com a bossa nova veio da infância, meu pai ouvia em casa. Depois que ele e minha mãe se separaram, quando eu tinha 4 anos, essa conexão se rompeu. Mas o reencontro veio quando eu tinha 12, e vi ?Chega de saudade? na TV ? conta a cantora, que morou em Itapuã (?na rua do Vinicius?) e há 20 anos saiu do Brasil para a Suíça, depois para Nova Zelândia e Austrália, onde vive hoje.
?Bossa nova baby? traz músicas suas com tratamento bossanovista (de acento samba-jazz), mas com uma perspectiva moderna.
? Defino esse disco como um diálogo contemporâneo, quente, 2016, da bossa nova com outros gêneros, como o choro, o tango, o funk americano, o samba-reggae. Meu trabalho é um bebê australiano de sotaque jazz. Sou neta da bossa nova, mas ela é uma linguagem que, como qualquer outra, está evoluindo o tempo inteiro ? observa a cantora.