Catanduvas – Apesar de o Ministério da Justiça não confirmar nem negar, informações dão conta de que o traficante carioca Márcio Amaro de Oliveira Nepomuceno, o Marcinho VP, está de volta no presídio de segurança máxima de Catanduvas. Ele teria sido trazido à região na semana passada, quando houve a transferência de diversos outros presos naquela unidade prisional.
Detido há 11 anos e já condenado a 48 anos de detenção em pelo menos dois julgamentos diferentes por tráfico de drogas e autoria intelectual de dois homicídios, Marcinho estava em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e, apesar de preso, protagoniza os noticiários policiais de forma intensa. Apontado como um dos líderes da facção criminosa CV (Comando Vermelho), a defesa de Marcinho VP chegou a pedir que ele voltasse a cumprir pena em um presídio estadual fluminense, mas o Tribunal de Justiça do Rio negou e sua estada em Mossoró chegou a ser rediscutida, para renovação por mais um ano, o que não se cumpriu.
Não há detalhes sobre os motivos de Marcinho VP voltar a Catanduvas, mas há poucos dias ele lançou um livro no qual se diz “injustiçado” e que paga por um crime que não cometeu. Critica as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras) e afirma que Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro e que também está preso, é “um traidor e que a Lava Jato é um sopro de esperança que varreu o Brasil”. O livro com 358 páginas tem como base os manuscritos de cerca de 200 cartas que Marcinho VP escreveu dentro da prisão. As cartas foram lidas pelo Serviço de Inteligência do presídio antes de serem enviadas ao jornalista que escreveu o livro de Marcinho, Renato Homem.
Quanto a Cabral, o traficante desabafa na obra que “além de ladrão, ele revelou-se um traidor, daqueles que viram as costas a quem um dia lhes estendeu a mão. Em meados de 1996, fui procurado no Morro do Alemão por membros de sua equipe, em busca de apoio para sua campanha a prefeito do Rio. O ‘paladino da justiça’ se vê agora às voltas com a Justiça, preso desde novembro do ano passado, acusado de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha e, por fim, de crime contra a administração pública”.