O comércio de Cidade do Leste, muito forte no fim dos anos 90 e início dos anos 2000 passa por crise nos últimos anos, situação que foi agravada pela pandemia da Covid-19 e fechamento de fronteiras em 2020. Para recuperar parte das perdas, principalmente no último ano, empresários estão buscando alternativas.
Uma delas foi a abertura de lojas francas em Foz, pelo menos uma loja já se estabeleceu na cidade beneficiada pela lei de Freeshops. Outras estão abrindo filiais na capital do Paraugai, Assunção. De acordo com o Jornal Última Hora, do Paraguai, pelo menos três lojas de Cidade do Leste já estão funcionando na capital. O objetivo é fazer queima de estoque de mercadorias que não foram vendidas em Cidade do Leste e estão acumuladas.
As lojas que abriram sucursais em Assunção foram Nissei, Lion e Casa Americana. Segundo a presidente da Câmara do Comércio de Cidade do Leste, Linda Taiyen, mais empresas deverão abrir as portas na capital do Paraguai em breve. Ela destaca que quando maior é o estoque dessas lojas, melhores são os preços oferecidos aos clientes.
“Os empresários estenhos estudaram o mercado paraguaio interno e identificaram nichos onde podem colocar mercadorias e consideraram expandir e foi basicamente a visão que tiveram para se instalar em Assunção. Creio que se a situação tivesse sido outra, também poderiam ter se instalado em Encarnação ou Salto de Guairá, que são cidades fronteiriças, mas como as vendas baixaram terrivelmente a causa da pandemia e a fronteira com a Argentina segue fechada, então considerarem instalar os negócios na capital” salientou Taiyen.
De acordo com Tiyen, as lojas francas no Brasil também contribuíram para a intensificação da crise. Mesmo sendo poucas que se instalaram em Foz, já estão competindo com o comércio paraguaio. “As lojas francas no Brasil, Uruguai e Argentina tem vantagem competitiva sobre o comércio de fronteira oferecido pelo Paraguai e representa uma perda de até 30% ao comércio de Cidade do Leste” explicou Linda.
Para ela, se o Paraguai não começar a se beneficiar do Tratado do Mercosul, o comércio fronteiriço irá perder terreno frente as lojas francas. “Se seguir assim, os empresários estenhos terão que buscar outros horizontes para poder vender ou dedicar-se a outras coisas, podem perder até 120 mil empregos formais e informais se o comércio de fronteira enfraquecer” concluiu.