Num dia de ajustes no mercado internacional e de expectativas em relação a um novo corte da taxa Selic, o dólar voltou a ultrapassar a barreira de R$ 5,30 e fechou no maior nível em duas semanas. O dólar comercial encerrou a segunda-feira (3) vendido a R$ 5,314, com alta de R$ 0,096 (+1,83%).
A cotação está no maior nível desde 20 de julho, quando tinha encerrado em R$ 5,342. A divisa acumula alta de 32,43% em 2020.
No mercado de ações, o dia foi marcado pelas oscilações. O índice Ibovespa, da B3 (a bolsa de valores brasileira), alternou altas e baixas, mas fechou o dia com pequeno recuo de 0,08%, aos 102.830 pontos.
A valorização nessa segunda foi lastreada em dados melhores da indústria nos Estados Unidos, que amenizaram temores sobre desaceleração no ritmo de retomada da maior economia do mundo após uma série de números fracos divulgados nas últimas semanas. Caso se confirme a expectativa de que menos estímulos sejam necessários, o governo norte-americano injetará menos dólares no mercado, elevando a cotação da moeda.
O impasse nas negociações entre democratas e republicanos em relação a um novo pacote de ajuda para a economia dos Estados Unidos também contribuiu para pressionar o dólar. Dados sugerem que a economia dos Estados Unidos está perdendo fôlego e segue ameaçada pela alta nos casos de coronavírus no país.
Selic
No Brasil, o mercado aguarda a decisão de política monetária do Banco Central, nesta quarta-feira (5). A expectativa geral é de novo corte de 0,25 ponto percentual na Selic, para 2% ao ano, com sinalização de estabilidade à frente, como revelou o boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada toda semana pelo BC (Banco Central).
Uma eventual continuidade da queda nos juros derrubaria ainda mais as taxas de retorno da renda fixa brasileira, deixando esse investimento menos atrativo em comparação a mercados de outros emergentes.