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Polícia Civil prende suspeitos de lesar investidores de bitcoins

A Operação Midas apura um prejuízo estimado em R$ 1,5 bilhão. Cinco mil pessoas podem ter sido lesadas e 500 vítimas já foram identificadas em seis estados – Paraná, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Maranhão e Amapá.

Polícia Civil prende suspeitos de lesar investidores de bitcoins

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) desarticulou uma organização criminosa que aplicava golpes em investidores de Bitcoins, por meio de uma empresa com sede em Curitiba. Nove pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (5). A Operação Midas apura um prejuízo estimado em R$ 1,5 bilhão.

A investigação identificou 500 vítimas dos criminosos, em seis estados – Paraná, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Maranhão e Amapá. A estimativa é que o número de investidores lesados possa chegar a cinco mil. O grupo criminoso vai responder por estelionato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documento particular.

A ação policial cumpre 62 mandados judiciais, sendo 11 mandados de prisão temporária, 11 de busca e apreensão, 16 de bloqueio de contas bancárias e 24 de sequestro de veículos. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 80 milhões dos envolvidos.

Cerca de 50 policiais civis participam da operação Midas, que utilizou 20 viaturas para o deslocamento e contou com o apoio de helicóptero da PCPR. Os mandados foram cumpridos em Curitiba, Pinhais e Piraquara – municípios da Região Metropolitana de Curitiba –, bem como em Pontal do Paraná, no Litoral do Estado e em São Paulo (SP).

GOLPE – Conforme a investigação, o golpe era operado através de e-mails e mensagens instantâneas por aplicativo. As vítimas geralmente tornavam-se alvos dos suspeitos após serem recomendados por terceiros, geralmente pessoas de confiança, a investir em bitcoins através da referida empresa.

Uma das vítimas afirmou que um dos suspeitos, responsável por angariar investidores, prometia rendimentos de 3% a 4% ao dia. O golpe se efetivava quando as vítimas transferiam o dinheiro para contas bancárias gerenciadas pelos suspeitos.

O indício de que a operação era um golpe foi constatado quando as vítimas receberam uma mensagem da empresa, informando que em um prazo de seis meses os investidores não poderiam fazer saque. A justificativa era de que a empresa teria sido vítima de uma fraude de cerca de R$ 20 milhões na Argentina. Porém, ao final do período, os criminosos voltaram a prorrogar o prazo.

INVESTIGAÇÃO – A movimentação financeira da empresa não era compatível com a sua atividade econômica, que seria voltada a portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet. Durante os quatro meses de investigação, a movimentação financeira do grupo alcançou R$ 156 milhões.

Para estas operações, os criminosos utilizavam diversas contas de pessoa física, jurídica e de “laranjas”. Nenhum dos envolvidos possuía autorização para operar no mercado financeiro.

MIDAS – O nome da operação é em alusão ao mito sobre Midas, um rei da mitologia grega. Em uma história envolvendo a recompensa por um feito, Midas teria recebido o dom de transformar em ouro tudo o que tocava. Foi o próprio rei quem teria pedido a realização desse desejo, mas ao longo do tempo ele percebeu que morreria de fome caso tocasse no alimento que gostaria de comer, ou seja, a ideia falsa de riqueza logo se findou.

O QUE É:

O bitcoin é a primeira criptomoeda (dinheiro virtual que utiliza um sistema de criptografia – código – para ter validade) digital do mundo.

Assim como a moeda real, pode ser usada para a compra de serviços e produtos, desde que seja aceita pelos estabelecimentos.

Trata-se de uma moeda descentralizada. Isso significa que não é regulada por governos, bancos ou empresas. É possível comprar, enviar e receber bitcoins sem nenhum intermediário.