Cascavel – O ruralista Alessandro Meneghel está preso há 19 dias na Cadeia Pública de Cascavel e até agora o destino dele ainda não foi definido. Um pedido feito há cerca de dez dias pelos advogados para que ele não seja transferido para a PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) ainda não foi avaliado pelo juiz da VEP (Vara de Execuções Penais) de Cascavel, Paulo Damas. Nem há prazo para que isso aconteça.
No pedido, a defesa argumenta que no período em que Alessandro esteve preso na PEC fez alguns “desafetos”, inclusive por ajudar nas negociações durante a rebelião de 2014. Por isso, pedem para que Alessandro fique na Cadeia Pública ou que seja levado à PIC (Penitenciária Industrial de Cascavel).
Habeas Corpus
Da mesma forma, o pedido de habeas corpus feito pelo advogado Cláudio Dalledone Júnior também não foi julgado pelo Tribunal de Justiça do Paraná nem está na pauta dos próximos dias.
No HC, a justificativa é de que Alessandro já estaria em condição de réu preso, uma vez que fazia uso de tornozeleira eletrônica e garante que não houve desrespeito às regras do monitoramento.
Transferência
Independente dos julgamentos dos pedidos da defesa, o Depen (Departamento Penitenciário) pode fazer a transferência de Alessandro Meneghel da Cadeia Pública caso haja necessidade ou para onde melhor entender.
Cela separada
Fontes ligadas à família de Alessandro confirmam que ele está em uma cela separada dos demais presos na Cadeia Pública, que tem capacidade para 16 pessoas mas costuma abrigar mais de 150. Benefício previsto em lei a presos que tenham ensino superior, o que não é o caso de Alessandro.
Entenda o caso
Alessandro Meneghel foi preso no dia 4 de outubro deste ano para cumprir em regime fechado a pena pela condenação pela morte do policial federal Alexandre Drummond Barbosa, ocorrida em 2012. A prisão foi determinada após o recurso que pedia para ele continuar em liberdade durante a tramitação de outros recursos que correm em esfera superior para a redução da pena ter sido negado pelo Tribunal de Justiça do Paraná. Alessandro foi condenado a 29 anos e um mês de prisão e cumpria a pena em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.
O crime
O crime aconteceu em frente a uma casa noturna na Rua Paraná em 2012. Alessandro Meneghel e o policial federal Alexandre Drummond Barbosa teriam se desentendido dentro da boate. Meneghel saiu, foi até sua casa buscar uma arma e voltou ao local, onde atirou contra o policial que estava na calçada. Alexandre morreu na hora.
O caso gerou grande repercussão e comoção e foi alvo de muita polêmica durante todos os trâmites legais. Por conta disso, o julgamento aconteceu em Curitiba.
Meneghel foi preso horas depois do crime e foi solto em 2015, fazendo uso da tornozeleira.
Após a condenação, em 2017, Meneghel continuou em liberdade, a qual foi revogada com a decisão do dia 4 de outubro.
Alessandro Meneghel foi condenado a 34 anos e 6 meses de prisão em 2017, mas a pena foi reduzida para 29 anos pelo TJ.
Meneghel já esteve preso na PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel), onde, inclusive, intermediou as negociações para o fim da rebelião de agosto de 2014, quando cinco presos foram mortos.
Cláudia Neis