Até o dia 7 de agosto, a amamentação vai ser discutida por especialistas e incentivada em mais uma Semana Mundial de Aleitamento Materno. Desta vez, o tema central envolve a rede de apoio e proteção à mulher e ao bebê. “A mãe passou por várias transformações, desde o período da gestação até o nascimento do filho. Ela é a figura principal da amamentação, por isso é importante conversar e apoiá-la em vários aspectos”, destaca Eduardo Gubert, pediatra do Hospital Pequeno Príncipe. “Nós, que trabalhamos tão diretamente com o desenvolvimento da criança, sabemos como é importante esta ajuda, seja de familiares, amigos e profissionais da área. Amamentar parece ser simples, mas, muitas vezes, é preciso ter algumas técnicas, quando o assunto é a pega, e até incentivar um bebê que seja mais preguiçoso”, explica o especialista.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), por ano, cerca de seis milhões de vidas são salvas devido ao aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade. O aleitamento materno é considerado a estratégia mais eficaz para a prevenção de infecções e redução da mortalidade infantil. “A criança que recebe o leite materno tem menos chance de desenvolver infecções respiratórias recorrentes e otites, por exemplo. Além disso, este ato aumenta o vínculo entre mãe e filho e traz segurança para o bebê”, diz Gubert. Sobre a forma de amamentar, o médico aponta que existem vários jeitos certos. “É possível que uma criança ganhe peso tanto com a livre demanda quanto sendo amamentada em intervalos maiores; isso vai depender de cada um”, exemplifica.
No Brasil, a prevalência da amamentação exclusiva entre bebês menores de seis meses aumentou de 2,9%, em 1986, para 45,7%, em 2020. Em relação às crianças menores de quatro anos, a taxa passou de 4,7% para 60% no mesmo período. O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais e, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida, mesmo para as mães que tiveram casos confirmados da COVID-19. “Já é um consenso que, mesmo testando positivo para o vírus, as mães podem e devem continuar amamentando, desde que estejam atentas aos cuidados como a lavagem das mãos e o uso de máscara enquanto está com o bebê no colo”, orienta o pediatra.
E quando o assunto é vacina contra o coronavírus e a imunização dos bebês, ainda não há conclusão se os anticorpos são eficazes para a criança também. “Os estudos ainda estão no início e são pequenos. O que sabemos é que a transmissão pode acontecer de forma mais eficaz dos três aos seis primeiros meses da amamentação. Mas não há confirmação se o bebê estaria protegido a longo prazo da covid-19”, finaliza.
Dicas para a rede de apoio contribuir com a amamentação
– Conforte a mãe e a faça sentir-se única e amada.
– Ofereça ajuda sempre.
– Divida as tarefas dos cuidados com o bebê.
– Evite críticas e opiniões que possam preocupar a mãe.
– Converse sobre as expectativas da amamentação.