O Hospital Municipal de Foz do Iguaçu (HMFI) está em alerta vermelho após registrar aumento no número de internamentos de pacientes com a covid-19. Nesta terça-feira (11), o presidente da Fundação Municipal de Saúde e diretor do HMFI, Sérgio Fabris, informou que 73 pessoas estão internadas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para covid, 3 a mais que a capacidade.
Fabris alerta que podemos ter uma nova onda da doença, a exemplo do que aconteceu em março deste ano, com a diferença que nesse momento não é possível abrir mais lentos. “No auge da crise foram montados leitos de UTI com suporte avançado de vida, que depois foram remanejados para enfermaria. Neste momento, não há como aumentar o número de leitos”, disse.
Em março, o hospital contava com 50 leitos de UTI covid. Naquele momento, eram entubados 15 pacientes por dia. Foram 237 óbitos em decorrência da doença em 30 dias.
“Em março, quando ameaçou subir, nós tínhamos 50 leitos de UTI habilitados e 43 ocupados. A equipe intubava no Hospital Municipal 15 pacientes por dia. É montar uma UTI e mia a cada dia. Saímos de 43 leitos ocupados para 103 leitos de UTI ocupados no Hospital Municipal, por que nós tínhamos leitos e equipe suficiente. Hoje, nós saímos numa arrancada com 73 leitos. Antes nós tínhamos um horizonte de possível crescimento, hoje nós não temos”, disse o diretor.
Fabris rebateu a informação falsa de que o Hospital Municipal receberia por óbitos ou internamentos de Covid. “Temos o maior prejuízo da história da Fundação em relação aos leitos Covid, que é financiado pelo Município de Foz do Iguaçu. Pra se ter uma ideia, o governo federal paga pela utilização do leito Covid, então nós recebemos R$ 1,6 mil diária por leito de UTI”, disse, citando como exemplo que um leito de UTI Covid em um hospital particular custa entre R$ 15 e R$ 20 mil por dia.
Segundo Fabris, o repasse não cobre os custos da estrutura médica, de fisioterapia, enfermagem e técnico de enfermagem, além de medicação e equipamentos de proteção individual (EPI).
Oura preocupação, é o aumento dos preços de medicamentos que podem faltar em todo o país, como o antibiótico Polimixina B, que hoje custa entre R$ 180 e R$ 200 por dia de tratamento e com uma possível falta, o custo poderá saltar para R$ 1,6 mil.
“Tivemos um período que faltou o Propofol, que é um dos anestésicos utilizados para a intubação, mas pôde ser substituído por medicamentos alternativos como o midazolan. Há drogas para a sedação no Brasil que ainda podem ser substituídas, mas é sempre um desespero”, contou.