A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou nesta terça-feira (20) o uso emergencial de um novo medicamento contra a covid-19. A aprovação foi anunciada na 6ª Reunião Extraordinária Pública da Diretoria Colegiada (Dicol) da Anvisa.
O medicamento é uma mistura que contém a combinação de casirivimabe e imdevimabe, chamada de REGN-COV2. Esses são dois remédios experimentais desenvolvidos pela farmacêutica suíça Roche. O pedido emergencial foi feito pela Roche em 1° de abril.
Esse é segundo remédio aprovado pela agência. O primeiro foi antiviral remdesivir, da farmacêutica Gilead.
“Esses produtos são o que a gente chama de anticorpos monoclonais. A ideia dessa proposta é neutralizar o vírus para que ele não se propague nas células infectadas e assim controlar a doença”, explicou Gustavo Mendes, gerente geral de medicamentos e produtos biológicos, durante a reunião, que foi transmitida pela internet.
A agência afirmou que o tratamento com o medicamento aprovado nesta terça é indicado para adultos e crianças com 12 anos ou mais, com quadros leves a moderados da covid-19 e com alto risco de progredir para formas graves da doença.
Mas os pacientes não podem receber o medicamento se precisarem de suplementação de oxigênio ou estiverem internados. De acordo com dados do estudo clínico reproduzidos pela Anvisa em nota, os anticorpos não demonstraram benefício em pacientes internados, podendo até estar associados a desfechos clínicos piores quando usados. Os anticorpos mostraram reduzir a internação relacionada à covid-19 e consultas de emergência em pacientes com alto risco de progressão da doença no prazo de 28 dias após o tratamento, quando comparados ao placebo.
Segundo a Anvisa, o casirivimabe e o imdevimabe devem ser administrados juntos por infusão intravenosa. Além disso, a agência também fez um alerta sobre os medicamentos, na mesma nota. “Os possíveis efeitos colaterais incluem anafilaxia (reação alérgica aguda), febre, calafrios, urticária, coceira e rubor. De acordo com a Anvisa, a segurança e a eficácia dos anticorpos continuam a ser avaliadas por meio de estudos que estão em andamento”, diz o texto.
“Estamos fazendo hoje mais uma entrega, uma entrega importante, uma entrega de ação objetiva no tratamento de pacientes que estão em uma janela terapêutica prévia a um passo mais grave, prévia à necessidade de uma oxigenoterapia mais ampla ou intubação. Então, esses medicamentos poderão sim contribuir para a redução de taxas de ocupação de leitos de pacientes graves. Fica aprovado por unanimidade a pauta”, afirmou Antônio Barra Torres, presidente da Anvisa, durante a reunião.
Aprovação nos EUA
O REGN-COV2 já foi aprovado para uso emergencial pelo Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa dos Estados Unidos, após apresentar resultados positivos em pacientes com sintomas leves e moderados da Covid-19.
De acordo comunicado do FDA reproduzido pelo G1, a combinação dos remédios “reduziu a hospitalização relacionada a Covid-19 ou as visitas ao pronto-socorro em pacientes com alto risco de progressão da doença em 28 dias após o tratamento, quando comparados ao placebo”.
A combinação de remédios também foi usada no ex-presidente Donald Trump, durante seu tratamento contra a Covid-19 ao longo de 2020.
Via Infomoney