O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) é o primeiro candidato à Presidência da República a fazer campanha em Cascavel. Meirelles esteve na manhã de ontem na Asservel (Associação dos Servidores Públicos Municipais de Cascavel) acompanhado do candidato ao governo do Paraná pelo mesmo partido, João Arruda, e parlamentares do partido e da coligação que integra a chapa. Na plateia, cerca de 150 pessoas.
Mas o foco da atenção não foi quem esteve no palanque, foi quem faltou. Embora estivesse em Toledo ontem, o candidato à reeleição ao Senado Roberto Requião não veio a Cascavel. Ambos são do mesmo partido, mas Requião não tem dosado as críticas contra Meirelles.
Questionado sobre o assunto, Meirelles desconversou: “Vamos trabalhar juntos. A diversidade de opiniões é bem-vinda e temos trabalhado no sentido de construir um projeto para o Brasil. Nós vamos ter uma eleição histórica”, disse, para em seguida elogiar o senador. Ao iniciar o discurso, Meirelles fez questão de saudar Requião, que não estava lá. “Um homem que honra o Paraná pela sua força, pela sua fibra, pela sua franqueza e que muito me honra tê-lo como companheiro de partido”.
“Meu candidato”
Mas esse “bafafá” não foi o único ontem durante o evento do MDB. O candidato ao governo João Arruda tem demonstrado simpatia pela candidatura de Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República, mesmo depois de seu partido ter oficializado Henrique Meirelles como o candidato da legenda.
Ontem, Arruda destacou que Ciro Gomes terá um palanque forte no Estado, mas que seu candidato é outro. “Meirelles é o nosso candidato, tenho dito com muita clareza. O PDT oferece o palanque ao Ciro Gomes, mas o meu candidato, o candidato do meu partido é o Meirelles”, fez questão de enfatizar.
Para Arruda, a estabilidade econômica sob a gestão de Meirelles no Governo Lula permitiu investimentos sociais: “Falam muito [mal] do Meirelles, mas foi o Meirelles quem deu estabilidade econômica ao País para que o [ex-presidente] Lula pudesse ampliar programas sociais como o Bolsa Família”.
Promessas
Henrique Meirelles, que ao chegar ao local do evento ouviu um grito isolado de “fora Temer” de uma manifestante solitária, prometeu criar 10 milhões de empregos formais.
Falando especificamente sobre a região oeste do Paraná, o presidenciável disse que pretende fortalecer o agronegócio criando condições para que a região seja um centro da agroindústria. Agregar valor à produção, segundo ele, é fundamental para gerar emprego e renda.
Também afirmou que irá acelerar a duplicação da BR-163, entre Cascavel e Marmelândia, distrito de Capitão Leônidas Marques, e ressaltou a importância de investimentos em outros tipos de transporte, como ferrovias.
O agronegócio também foi o ponto central do discurso de João Arruda: “A arrecadação que o agronegócio prevê para os próximos anos – seis ou sete anos – é de R$ 100 bilhões, isso é maior do que o orçamento do governo do e do Estado. É preciso tomar o que eles fazem como referência, ouvir o setor em todos os sentidos e todos os aspectos para se reduzir o custo de produção, investir em infraestrutura”.