São Paulo – Ainda participando do evento do grupo de Líderes Empresariais – Lide – em Nova York (EUA), ontem (10), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), ao falar a empresários, afirmou a direita brasileira está “fortalecida e preparada” para retornar ao poder em 2026, caso não repita os mesmos erros do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “A avaliação hoje da inelegibilidade do presidente Bolsonaro é uma decisão arriscada, porque nós estamos a 3 anos e 9 meses de uma eleição. Dá tempo de o [governador do Rio de Janeiro] Cláudio Castro (PL) ficar forte, o governador [de Minas Gerais, Romeu] Zema (Novo) ficar forte, de o governador [de São Paulo] Tarcísio (Republicanos) ficar mais forte. Na minha concepção, menos chance de cometer erros do que o presidente Bolsonaro cometeu durante sua campanha. Um candidato de direita, errando menos, com um fortalecimento de uma base que existe no Brasil, e o presidente Bolsonaro como eleitor, eu acho que o quadro fica bastante desanimador para quem quiser disputar uma eleição em 2026″, pontuou.
Para Lira, Bolsonaro foi um grande incentivador para que os brasileiros mais conservadores e de direita se posicionassem de forma mais clara. Lira lembrou que Bolsonaro tem futuro político incerto diante da ação que responde no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por suposto abuso de poder, o que pode o deixar inelegível em 2026, em caso de condenação através da reunião com embaixadores – o que, em caso de condenação, poderia torná-lo inelegível -, além de outros 14 processos na Justiça.
Um novo embate direto entre Lula e Bolsonaro, embora improvável, ainda é uma possibilidade. O atual presidente petista chegou a descartar sua candidatura à reeleição em 2026 por conta da idade quando estará com 81 anos, porém, voltou a reconsiderar a ideia. Em entrevista dada após tomar posse e voltar a Presidência da República, Lula reabriu a possibilidade de reeleição caso houvesse uma “situação delicada” no país.
Foto: Agência Câmara
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“Recados ao Executivo”
As declarações dadas pelo presidente da Câmara dos Deputados nos Estados Unidos tem tido tom de recados mais “ácidos e diretos” ao Governo do PT. Além de reafirmar os alertas de que o Executivo tem base “frágil” no Congresso, sem fotos consistentes para aprovação de matérias mais sensíveis e de interesse do governo, Arthur Lira, tem reafirmado o protagonism0 do Legislativo Federal, como destacou a edição de ontem do O Paraná.
De acordo com Lira, a atuação do Congresso Nacional tem tom muito diferente nos dias atuais, muito diferente “de 2002, de 2010, de 2014”, anos dos governos de Lula e Dilma. Além disso, afirmou que estará vigilante quanto a possíveis retrocesso: “A principal reforma que o Congresso vai ter que brigar diariamente é a reforma de não deixar retroceder tudo o que já foi aprovado no Brasil no sentido da amplitude do que é mais liberal. Não retroceder será a nossa principal reforma. Vigiar o tempo todo”.