Tudo indica que o ponto central dos problemas envolvendo o transporte público em Cascavel com as alterações implantadas pela Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito) esteja relacionado a uma condição imposta pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) que ainda não passou a vigorar: o sistema temporal da passagem dos ônibus.
Pelo sistema atual, os passageiros são obrigados a se concentrar nos terminais de transbordo: se precisam descer em estações ou pontos aleatórios têm que pagar nova tarifa.
No sistema mais adequado – previsto no PDI (Programa de Desenvolvimento Integrado) e prometido ainda na implantação da bilhetagem eletrônica -, os passageiros embarcam e desembarcam nos corredores sem ter que pagar nova tarifa. Para isso, teriam um tempo estipulado para o percurso completo de uma região a outra. A medida está demorando para entrar em funcionamento e vem sendo cobrada de maneira rígida pelo BID, podendo resultar em punições pelo descumprimento do contrato.
A discussão esteve no centro da reunião do Concidade (Conselho Municipal das Cidades) e a expectativa é que o posicionamento seja apresentado o quanto antes pela Cettrans, visto que em novembro o sistema de operação deve ser aplicado integralmente, com todos os terminais de transbordo em funcionamento.
Embora esteja previsto no PDI, tal implantação depende da Cettrans, que ficou responsável por uma importante etapa ainda desconhecida: o estudo das linhas, que tudo indica ter privilegiado os interesses das empresas que prestam o serviço.
Embora seja de extrema importância para os passageiros, a alteração do sistema tem a resistência das empresas que prestam o serviço na cidade – pois a expectativa é que afete na utilização de passagens.