Por onde passa, Osmar Dias (PDT) enfatiza o meio de transporte utilizado para manter contato com os paranaenses: de carro! Tal atitude seria apenas uma alfinetada aos demais pré-candidatos, entre eles a atual governadora, Cida Borghetti (PP), que conta com a facilidade de um helicóptero. Em Cascavel, ele não poupou críticas e desabafos. Anúncios de que ele seria pré-candidato ao Senado em vez do governo do Estado causam irritação em Osmar. “Não estou fazendo turismo. Sou pré-candidato ao governo do Estado”, reitera.
Osmar esteve em Cascavel onde participou de encontro do PPL, que anunciou pré-candidatura de João Goulart Filho à Presidência. Dias usou o palanque para reiterar total liberdade nestas eleições. “Não quero apoiar quem tem interesse em cargos. Não farei trocas por Fundos Partidários e Eleitorais. Política virou um negócio: compra-se passe de deputado como se fosse jogador de futebol. Isso é inaceitável”.
Venda das estatais
Sobraram críticas ao ex-governador do PSDB, Beto Richa, em relação a medidas econômicas: venda de ações da Copel e Sanepar e uso do Fundo Previdenciário dos Servidores. “Sanepar está praticamente privatizada, com R$ 1,2 bilhão em ações vendidas. Esse dinheiro foi pulverizado aos prefeitos, sem planejamento. Sem falar no aumento de 135% da tarifa e redução da tarifa mínima de dez para cinco metros cúbicos. Na Copel há uma dificuldade para que homem do campo possa instalar redes de energia.” Osmar pretende passar a limpo os contratos das estatais com empresas terceirizadas. Ele tem adotado um discurso crítico, especialmente quando trata de nomeações e estrutura administrativa do governo. Com uma pré-campanha quase que literalmente a pé, tem conhecido de perto os problemas no interior do Estado, o que tem ajudado na elaboração do seu plano de governo. Quando o assunto é aliança partidária, ele reage: "Tenho até assustado quando digo que não vou comprar espaço na TV com fundo partidário. Vou ser muito criterioso. Não vou aceitar um vice que me prejudique. Quero alguém que some e compartilhe da visão de uma administração séria e responsável", disse Osmar
“Quero beber cerveja de graça”
Provocou risos a crítica de Osmar Dias a Beto Richa, que proporcionou à gigante Ambev (Companhia de Bebidas das Américas) um incentivo fiscal de R$ 843 milhões até 2020. O acordo foi assinado em sigilo em 2012. “Nós paranaenses demos uma fábrica de cervejas à Ambev. Agora quero beber cerveja de graça o resto da vida”.
Ratinho Jr longe das denúncias contra Richa
Sem apoio declarado do PSDB, o pré-candidato ao governo do Estado pelo PSD, Ratinho Júnior, se mantém distante das acusações contra ex-governador Beto Richa na Operação Quadro Negro, para supostamente desviar recursos públicos a campanha do tucano.
O escândalo mais recente foi o vazamento de áudios entre o ex-chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, e um construtor que teria interesse em participar de uma licitação do projeto de duplicação da PR-323, indicando que o governo atuou na tentativa de direcionar a licitação para a Odebrecht na obra, em 2014.
Ratinho diz que a atuação a frente da Sedu (Secretaria de Desenvolvimento Urbana do Paraná) em 2013 e também em 2015 foi importante para consolidar a carreira política e passou ileso pelas investigações que hoje amedrontam Richa. “Fui secretario de estado com muita honra. Fizemos mais de 3,2 mil obras nenhuma questionada pelo Ministério Público nem pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). Foi um momento muito importante para mim para mostrar ao Paraná, minha capacidade de gestão com uma equipe muito eficiente, que bateu todos os recordes”, diz Ratinho Júnior.
Ainda sobre a decisão do PSDB em apoiar Cida Borghetti (PP), Ratinho Júnior reafirma que o trabalho para disputar estas eleições vem de longa data. “Nosso projeto nunca foi construído dependendo de grupos políticos. Construímos isso há 15 anos independente de quem estará conosco. Queremos trazer pessoas que farão o bem do Paraná”.
Partidos
O pré-candidato ao governo do Estado conta com apoio do PRB, PV, PR, PSC, PSD e Avante no pleito. Em encontro em Cascavel elogiou o deputado estadual Márcio Pacheco, do PPL – possível aliado nestas eleições, mas nada está confirmado, visto que no mesmo dia o partido recebeu o também pré-candidato ao governo estadual, Osmar Dias.
Entre as propostas pré-campanha está a redução de gastos públicos. “Temos que fazer uma ruptura no modelo da política tradicional. Nosso plano de governo está todo sendo construído na diminuição da máquina pública e as pessoas não aguentam mais pagar tantos impostos para manter a máquina pública”.
Contra o regime político atual
O pré-candidato à Presidência pelo PPL, João Goulart Filho, pretende enfrentar os grandes partidos nacionais com defesa dos direitos trabalhistas, fim das privatizações e mudanças no processo democrático. Filho do ex-presidente João Goulart, o Jango, ele tem enraizada em seu discurso a história do golpe militar – que retirou Jango da Presidência. Hoje a luta do filho continua, como ele mesmo diz, em defesa da democracia nacional, fazendo críticas aos parlamentares atuais.
Goulart Filho diz que o impeachment de Dilma Rousseff (PT), ocorreu com interesses secundários. “Tivemos uma deposição praticada com requintes de golpe paraguaio, pois hoje são 300 parlamentares indicados. Estamos na consolidação de um golpe que favorece interesses internacionais. Por duas vezes esses parlamentares protegeram esse governo ilegítimo. Dentro do Palácio do Planalto estão os piores”.
Sobre as eleições atuais, ele acredita que os eleitores podem surpreender. “Temos uma eleição de fundamental importância, após todos os fatos políticos, cisão em uma sociedade, um democracia conduzida pelo Judiciário, um governo que se apoderou do País em uma situação semelhante ao regime de 1964: quando tínhamos um Congresso suspeito, financiado por capitais externos”.
Chapa pura a federal
No Paraná, o PPL terá chapa pura para os candidatos a deputado federal. Para estadual, as alianças ainda são cogitadas. O presidente estadual do PPL, Márcio Pacheco, confirma pré-candidatura à reeleição. Foi eleito com 24.855 votos e espera aumento do eleitorado, após a atuação na Assembleia Legislativa. Tentou candidatura para prefeito de Cascavel, em 2016, quando obteve 56 mil votos, perdendo para o atual prefeito, Leonaldo Paranhos (PSC), que fez 86 mil votos. “Tive atuação no enfrentamento crime do pedágio, defendendo o servidor público e atuei contra esse desgoverno que bateu em professores e desrespeitou os policiais”.