Brasília – Em nota bastante sucinta, o Ministério da Defesa confirmou que fará entrega do esperado relatório sobre a fiscalização das eleições 2022 ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). “O Ministério da Defesa informa que, no próximo dia 9 de novembro, quarta-feira, será encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação, realizado pela equipe de técnicos militares das Forças Armadas”, diz a nota publicada no site oficial da pasta.
A participação dos militares na fiscalização da disputa eleitoral deste ano aconteceu após os vários questionamentos formulados pelo presidente Jair Bolsonaro e seu grupo político sobre a segurança e confiabilidade das urnas eletrônicas. A auditoria militar é aguardada com muita expectativa pelos manifestantes que não concordam com o resultado das eleições, tanto do primeiro quanto do segundo turno, que conferiu vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O convite para que os militares integrassem o processo de fiscalização eleitoral partiu do então presidente do TSE, Luís Roberto Barroso. Os militares integraram a Comissão de Transparência das Eleições que foi criada em setembro de 2021. A comissão conta também com a participação de representantes da Corte Eleitoral, especialistas em tecnologia da informação e membros da sociedade civil.
O que foi possível apurar até agora, é que os militares devem confirmar inconsistências no processo eleitoral como um todo e sugestões para as futuras disputas. O documento também deve reforçar a falta de abertura da Justiça Eleitoral para mudanças que os técnicos das Forças Armadas já tinham apontado, mas que não foram aceitas pelo TSE.
A equipe de militares que trabalhou na fiscalização foi formada por dez oficiais da ativa do Exército, da Marinha e Aeronáutica. De acordo com o ministério, os militares participaram das atividades são especialistas em gestão e operação de sistemas de tecnologia da informação, engenharia de computação, defesa cibernética, engenharia de telecomunicações e auditoria.
Foto: ABR
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CTFC da Câmara pode debater erros nas pesquisas eleitorais
Brasília – A CTFC (Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle) pode aprovar nesta terça-feira (8) pedido do senador Carlos Portinho (PL-RJ) para ouvir os CEOs dos principais institutos de pesquisas eleitorais para uma audiência pública. Portinho alega que a grande maioria desses institutos, até às vésperas do processo eleitoral de 1º turno, apresentaram cenários políticos muito díspares em relação à votação efetiva do eleitorado.
“As eleições no 1º turno mais uma vez mostraram erros nas pesquisas de intenção de voto para além das margens de erro esperadas, com divergências severas entre o que as pesquisas apontavam e o que as urnas demonstraram. E isso não apenas para a presidência da República, mas também para diversos governos estaduais e o Senado”, disse o senador, líder do governo no Senado.
Para Portinho, o quadro mais grave teria ocorrido com o instituto Ipec, que nas eleições para governador errou, para além da margem de erro, em 26 dos 27 estados. Em alguns casos, disse o senador, a diferença chegou a mais de 10 pontos percentuais. O senador considera isto um quadro grave, pois o Datafolha, por exemplo, teria detectado que 11% dos eleitores admitiram que poderiam votar num candidato apenas por ele liderar as pesquisas.
Para a audiência, Portinho sugere a presença de Marcia Cavallari, CEO do Ipec; Mauro Paulino, diretor do Datafolha; Felipe Nunes, diretor da Quaest; Andrei Roman, CEO da AtlasIntel; Marcelo Tokarski, diretor do FSB; Murilo Hidalgo, diretor da Paraná Pesquisas; Marcelo Souza, diretor da MDA; Erinaldo Patrício, diretor do Instituto Brasmarket; e Antonio Lavareda, diretor do Ipespe. Ele também quer a presença de Dulio Novaes, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (ABEP) e do cientista político Paulo Kramer.
Como participar
O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e‑Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e‑Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis.