São Paulo – A expectativa do anúncio de uma reformulação do programa Minha Casa, Minha Vida encerra um ciclo de dez anos da política habitacional responsável pela construção de mais de 4 milhões de moradias pelo País.
Focado inicialmente em imóveis para a baixa renda – a chamada faixa 1, voltada para famílias com renda de até R$ 1.800 -, o programa foi perdendo esse caráter conforme a crise fiscal apertou o orçamento do governo federal.
Na faixa 1, a União subsidia até 90% do valor do imóvel. Os beneficiários são selecionados pelas prefeituras, escolhidos por sorteio. Entre 2009 e 2013, 80% dos contratos fechados no programa eram para unidades com esse perfil, segundo dados da FGV. Desde então esse percentual caiu para cerca de 20%, e em 2019 não houve unidade alguma contratada nessa faixa.
“A faixa 1 tende ao desaparecimento. A sinalização que temos é que o governo vai acabar com isso”, afirmou Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário paulista).
A ideia do governo é passar a fornecer vouchers a famílias com renda mensal de até R$ 1.200 que poderão ser utilizados para compra de unidades prontas, construção ou reforma, de acordo com o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto.