Curitiba – Em despacho publicado na sexta-feira (21), o juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, responsável pelas ações da Operação Radiopatrulha, informou que foi percebido o depósito de um cheque de R$ 971 mil pelo empresário Celso Frare, dono da empresa Ouro Verde, em conta judicial. O valor seria uma demonstração de boa-fé do investigado com intenção de devolver aos cofres públicos o dinheiro desviado em irregularidades praticadas por ele no Programa Patrulha do Campo do governo estadual. O programa é objeto da investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Paraná.
A defesa do empresário alegou que, em depoimento prestado no dia 13 de setembro, Frare falou “toda a verdade” e assumiu que fez pagamentos irregulares, destinados ao grupo político de Beto Richa, há mais de cinco anos.
A Operação Radiopatulha apura o pagamento de propina a agentes públicos, direcionamento de licitações de empresas, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Beto Richa é considerado pelo MP como chefe da organização criminosa, que fraudou uma licitação de mais de R$ 70 milhões para manutenção das estradas rurais, em 2011, segundo as investigações. O ex-governador e candidato ao Senado nega as acusações.
No mesmo despacho, o juiz Fernando Fischer informou que o ex-deputado Tony Garcia, delator da Operação Radiopatrulha, entregou ao Ministério Público dispositivos utilizados para gravar investigados pelo Gaeco. Os aparelhos devem passar por perícia.
O pedido de perícia nos aparelhos foi feito pela defesa do ex-secretário de Infraestrutura José Richa Filho, o Pepe Richa, irmão do ex-governador Beto Richa (PSDB). Ambos foram presos no dia 11 de setembro e ficaram quatro dias detidos. O juiz negou acesso da defesa ao conteúdo integral das gravações.