Ontem o principal delator da Operação Quadro Negro, no Paraná, Eduardo Lopes de Souza, dono da Valor Construtora, prestou depoimento na 9ª Vara Criminal de Curitiba. Ele foi ouvido como colaborador, não como réu. Ele ajuda a Justiça em ações da investigação sobre desvios da Secretaria de Educação que tramitam no âmbito penal. Tudo corre em sigilo sob responsabilidade do Gaeco.
Eduardo é apontado no esquema que teria desviado R$ 20 milhões dos cofres estaduais. Graças ao que contou à Justiça, o destino do dinheiro poderá ser descoberto. Nesse caso, tudo caminha para o antigo ninho tucano que governava o Paraná até início deste mês.
As delações e as colaborações premiadas tornaram-se conhecidas com a Operação Lava Jato. Ajudaram a força-tarefa a descobrir esquemas bilionários de desvios, superfaturamento, propinas que há anos eram praticados no País. Levaram empreiteiros e políticos para a cadeia.
São informações privilegiadas de quem atuava no esquema. Que colabora em troca de redução de pena, e se vê obrigado a devolver o dinheiro roubado.
Mas nas mãos da Justiça tudo pode acontecer. E um arsenal pode virar chumbinho, conforme o humor dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que esta semana voltaram a surpreender o País. O STF pegou trechos da delação da Odebrecht que implicavam o ex-presidente Lula e remeteu à Justiça de São Paulo para esvaziar ações que estão nas mãos de Sérgio Moro. Além dos ministros que decidiram por isso, ninguém mais entendeu a decisão.