Toledo – A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apura denúncias em torno da obra do Hospital Regional ouviu nessa quarta-feira, dia 4 de julho, o secretário de Segurança e Trânsito, José Vianei Crespão, além da nova secretária de Saúde, Denise Liell, que também geriu a pasta de abril de 2008 a março de 2012.
Crespão, que também já ocupou o cargo atual anteriormente, apresentou relatórios da pasta a partir do livro de ocorrências mantido na obra do Hospital Regional, onde a Guarda Municipal mantém guarda 24 horas por dia.
O secretário relatou à CPI registro do guarda Vilson Vieira da Silva de um arrombamento em 7 de janeiro, às 5h20, por indivíduos que danificaram uma porta nos fundos e descarregaram três extintores, fugindo com a chegada do guarda. Já em 18 de agosto de 2016 foi relatado no livro que dois funcionários da Endeal adentraram ao local e depois teriam saído com caminhonete da empresa até um ferro velho após retirar fios do local.
Prédio vazio
O prédio do Hospital está pronto e vazio desde 2015. O registro da Guarda Municipal, feito pelo guarda Evaldo Mensch, aponta que os dois funcionários da Endeal entraram no Hospital Regional para fazer o reparo de encanamento que estaria danificado. O guarda ficou esperando e, com a reativação da água e a demora, realizou ronda em busca dos dois. No relato feito no livro de ocorrências da obra do HR, segundo Crespão, o guarda Evaldo Mensch disse que os encontrou no elevador de manutenção com fios que estavam soltando no túnel e levando em caminhonete até o gerador, seguindo em direção ao Jardim Coopagro. Ele então acionou apoio da Guarda Municipal.
Conforme o relato, o guarda seguiu em viatura e os encontrou saindo de ferro velho no Coopagro com a caminhonete já sem os fios.
O engenheiro responsável teria sido acionado e dito que os funcionários seriam de confiança e teria seguido com o secretário Bayer até o Senai e disse que ia conversar com os funcionários e fazer a acareação posteriormente. Crespão disse que na época estava afastado participando do pleito eleitoral mas o registro aponta que quatro guardas atuaram no episódio no HR, sendo o secretário GM Bayer, o coordenador Padilha e os GMs Periciolli e Da Silva.
Outro caso
Já no episódio de janeiro Crespão disse à CPI que ele próprio compareceu ao HR com a diretora Galbiatti por volta das 8h20, fez fotos e as encaminhou ao secretário na época, já que houve a descarga dos extintores e pequeno dano na porta.
O vereador Ademar Dorfschmidt lembrou que as oitivas são feitas pela CPI sob o que prevê o artigo 342 do Código Penal quanto a “fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha”, apontando que a CPI ouvira o secretário da época dias atrás, cogitando uma omissão por parte dele em repassar informações à CPI. Crespão disse que são situações distintas, pois no caso dos fios pode ter sido subtraído patrimônio e não uma ocorrência de vandalismo como em janeiro.
Já a ex-secretária Denise Liell, que voltou recentemente à pasta, foi ouvida pouco depois das 11h por poucos minutos. Ela disse aos vereadores da CPI que atuou até o fim de 2012 e então a obra do Hospital Regional teria atingido cerca de 20% a 30% do previsto, com paredes sendo erguidas, tendo visitado o local apenas no final de 2012 ou início de 2013.
Confusão de requerimentos
A CPI da obra do Hospital Regional aprovou requerimento solicitando eventuais notificações à empreiteira Endeal de possíveis irregularidades contatadas na obra, além de outro solicitando que a oitiva dos representantes da Endeal seja feita apenas após o envio dos documentos solicitados pela relatora Janice Salvador.
Contudo, o presidente Walmor Lodi informou que os documentos já estão com a CPI desde 26 de junho e que no dia 27 foi designada a data de 25 de julho para ouvir os representantes da Endeal.
A nova reunião da CPI será no dia 11, às 9h, encerrando os trabalhos.