Política

Coluna Contraponto do dia 29 de agosto de 2018

Alvaro promete acabar com trem fantasma

No segundo Governo Lula foi anunciado um projeto bombástico: a implantação de uma linha do trem-bala ligando o Rio a São Paulo, com extensões futuras para Campinas e Curitiba. O trem faria o percurso principal em duas horas – menos tempo do que se perde em aeroportos e viagens de avião. O governo chegou a criar uma estatal encarregada de fazer o projeto básico e até marcou data para o leilão do primeiro trecho. Não apareceu nenhuma empresa interessada e o assunto caiu no esquecimento.

E os fantasmas?

Só não caiu no esquecimento a estatal criada por Dilma Rousseff em 2012. A empresa tem 146 funcionários, dos quais 111 admitidos sem concurso – isto é, servidores indicados por políticos amigos. A estatal custa aos cofres públicos quase R$ 70 milhões por ano. Virou um trem fantasma.

Extinção

O presidenciável Alvaro Dias tem citado este caso de desperdício e má-gestão sempre que pode. E promete que, se eleito, vai extingui-la. A inauguração da obra foi prometida por Dilma para antes da Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014.

Beto x Arns

O ponto alto do debate da Gazeta do Povo, como diria o colunista social, entre o ex-governador Beto Richa (PSDB) e seu ex-vice Flávio Arns, (REDE), ambos candidatos ao Senado, foi a recriação da Fundepar (Fundação Paranaense de Desenvolvimento Educacional).

Enforcado

Falar em Fundepar para Beto Richa é comentar a dimensão da corda em casa de enforcado. Foi gerado ali o maior escândalo de corrupção do governo, onde o diretor, Mauricio Fanini, amigo pessoal do ex-governador, acabou preso e cada vez que abre a boca no acordo de delação premiada provoca um terremoto.

Quadro Negro

O Ministério Público trabalha com desvio de R$ 30 milhões das escolas públicas para a campanha de reeleição de Beto Richa, através de malfeitos envolvendo seus principais assessores e deputados aliados.

Eu, não você!

O candidato Flávio Arns, sempre tão amável, jogou o assunto no debate e o efeito foi de uma gota de nitroglicerina. Arns, que além de vice-governador era secretário de Educação na época do desvio, afirmou que Maurício Fanini foi indicação direta do gabinete do governador Beto Richa. E Richa retrucou dizendo que Maurício Fanini era diretor e tinha um chefe, o superintendente da Fundepar, Jaime Suniê Neto, este indicado por Arns.

Nem eu nem você

No final das contas, é lógico que nem o governador Beto Richa nem seu oponente Flávio Arns convidariam Maurício Fanini para jantar. E ele nem iria mesmo, porque está preso.

Moro no céu…

O candidato a presidente Alvaro Dias dorme e acorda pensando em Sérgio Moro, o juiz símbolo da Lava Jato. É tanta admiração que muita gente acha até que o senador paranaense quer tirar uma lasquinha na celebridade de Moro. Ele, Alvaro, nega.

Moro no inferno…

Já outro ex-governador, Beto Richa, foge de Moro como o diabo da cruz. Há pelo menos dois meses o inquérito da Odebrecht, onde se investiga se houve interferência e pagamento de propina na licitação para a empresa construir a PR-323, entre Maringá e Umuarama, dança entre a mesa de Sergio Moro e a Justiça Eleitoral.

Novidades

Ontem saiu mais uma decisão e desta vez do ministro Og Fernandes, do STJ, que não vê razão para o processo sair da 13ª Vara Criminal de Curitiba, do juiz Moro. Beto entrou com uma reclamação (Rcl 36.230), com pedido de liminar, no STJ, mas não obteve sucesso.

MPE x TRE

Mesmo assim, enquanto o Ministério Público Eleitoral não conseguir que o TRE do Paraná mude de opinião, continua valendo a decisão do desembargador Luiz Fernando Penteado que segurou o processo na Justiça Eleitoral. O ministro Og Fernandes quer dirimir as dúvidas e deu dez dias para que a juíza Mayra justifique porque entende que o assunto compete a Sergio Moro. Enquanto isso, o tempo passa, o tempo voa…