Política

Coluna Contraponto do dia 27 de setembro de 2018

Ex-diretor da Agepar afirma que não autorizou aditivos

iretor da Agepar (Agência Reguladora do Paraná) durante 1 ano e 3 meses – do fim de setembro de 2012 a dezembro de 2013 -, o engenheiro Antonio José Correia Ribas, um dos mais respeitados profissionais do setor de transportes e logística do Paraná, escreve ao Contraponto para esclarecer que, enquanto esteve à frente do órgão, nenhum aditivo contratual foi autorizado. Ribas, como é conhecido no meio, reagiu à declaração do ex-diretor do DER Nelson Leal Jr, na delação premiada, de que “diretores da Agepar levavam vantagens das concessionárias para liberar os aditivos”. Segundo Ribas, “tomando conhecimento que havia alterações informais em contratos de concessões rodoviárias, determinamos ao DER/PR, dando prazo para cumprimento, a apresentação dos atos formais necessários. Não tive a oportunidade de verificar o desfecho do cumprimento ou não da determinação, por ter solicitado a minha demissão em dezembro de 2013, um ano antes da conclusão do meu mandato”.

Choque de gestão I

Quem se der ao trabalho de ler o longo despacho do juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, que substituiu o juiz Sérgio Moro nas ações geradas pelas Operações Integração I e II, conclui facilmente que o núcleo mais forte do governo, composto por 4 homens – o governador Beto Richa, seu irmão Pepe Richa e os dois assessores de confiança, Deonilson Roldo e Ezequias Moreira -, trabalhava o tempo todo contra os interesses do povo do Paraná.

Choque de gestão II

Eram bem pagos para isso, com dinheiro público, para realizar o Choque de Gestão, a famosa e mais importante promessa de campanha do ex-governador, que funcionava ao contrário: era voltada para satisfazer os interesses das concessionárias do pedágio, com rapidez e eficiência, através da pressão nos órgãos competentes, a saber a Secretaria de Infraestrutura e Logística, comandada por Pepe Richa e o DER/PR.

Pressão

O texto no original na delação de Nelson Leal Jr, ex-diretor do DER: “que estes aditivos eram extremamente benéficos para as concessionárias e foram firmados por pressão do governo estadual. Que as pressões ocorriam em reuniões na sala do Deonilson Roldo (chefe de Gabinete do governador Beto Richa) sendo que nestas reuniões estavam sempre presentes, além de Deonilson, o assessor Ezequias Moreira e o Pepe Richa”.

Renúncia

O deputado federal Alex Canziani afirmou na tarde dessa quarta-feira que o ex-governador Beto Richa (PSDB) “não tem mais nenhuma condição de permanecer na aliança liderada pela governadora Cida Borghetti” e, em seguida, adicionou: “Tem que renunciar agora e cuidar da defesa na esfera judicial, com os acontecimentos de hoje, a situação tomou um rumo ainda mais constrangedor; são muitas acusações de crimes e denúncias graves e mais prisões…Beto, por favor, nos dê licença”.

Comitê clandestino guardava dinheiro

A Operação Lava Jato 55 descobriu um endereço no Bairro Água Verde, em Curitiba, onde teria operado um comitê clandestino de campanha do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB). O imóvel, na Rua Baltazar Carrasco dos Reis, 2.863, hoje abriga um lar para idosos, por isso não foi alvo de buscas da Polícia Federal ontem. O ponto central da nova etapa da Lava Jato é a delação premiada do ex-diretor-geral do DER Nelson Leal Júnior. Ele contou que “em meados de março ou abril” de 2014, o irmão de Beto Richa o levou à casa da Água Verde: “Ele [Pepe Richa] contou que o único objetivo do imóvel seria abrigar um comitê financeiro e contábil ‘clandestino’, pois seria um local específico para armazenar dinheiro em espécie decorrente de contribuições eleitorais não oficiais”, revela o delator.