Cascavel – Nem mesmo os apelos das entidades representantes do G8, grupo das principais entidades produtivas de Cascavel, conseguiram fazer com que os vereadores “segurassem” os projetos de lei que previam o aumento do número de “cadeiras” no Legislativo Municipal e institui o 13º salário para os parlamentares a partir da próxima legislatura. A lei federal “autoriza” a ampliação das vagas e não impõe o aumento do número de parlamentares, decisão que cabe a Casa de Leis do município.
Após a primeira discussão e votação os dois polêmicos projetos que trazem impactos ao orçamento do Município, ampliando as despesas já apontadas na edição de ontem do O Paraná, o G8 se manifestou contrário às propostas e ainda na manhã de ontem (25), as entidades se manifestaram e encaminharam solicitação ao Legislativo para adiamento da votação em segundo turno. Contudo, os vereadores “deram de ombros” para as entidades e voltaram a discutir os projetos.
As entidades argumentam que além de gastos públicos, os dois projetos não foram debatidos com a sociedade. Além disso, segundo o empresariado, o maior número de cadeiras não traria certeza de melhorar a qualidade dos debates ou dos trabalhos que o Legislativo desempenha. “Além do mais, a soma de vereadores, chegando então a 23, é muito maior em comparação ao de outros municípios de porte similar ao de Cascavel. Maringá e Foz do Iguaçu, por exemplo, têm apenas 15 vereadores, cada. Ponta Grossa, por sua vez, tem 19. Outro ponto a destacar: ao aumentar a composição em dois vereadores, ocorrerá a reboque a elevação no número de servidores no Legislativo de Cascavel”, destaca a nota da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel).
O G8 reiterou ainda a importância da Câmara de Vereadores, entretanto, solicitou maior debate para projetos dessa natureza. “A Câmara de Vereadores é muito importante em um regime democrático, mas esse poder deve, a partir da transparência e do debate franco com os mais diferentes setores da sociedade, ser o primeiro a oferecer a ela a oportunidade de participar de discussões tão importantes e que afetam todo o conjunto social do município.”
Projetos votados
Após ignorar os apelos das entidades do G8, os vereadores de Cascavel votaram os dois projetos polêmicos. Apesar de não ter havido o adiamento da votação, as cartas surtiram efeitos entre alguns parlamentares. Pelo menos três vereadores que foram a favor da medida da concessão do 13° salário para os parlamentares na votação de segunda-feira, voltaram atrás e mudaram o posicionamento.
O vereador Romulo Quintino (PL), defendeu as entidades do setor produtivo de Cascavel, que foram criticadas por outros parlamentares. Durante a fala, Quintino falou que as expressões das entidades são expressão da vontade popular. “As entidades empregam, as entidades organizam, as entidades levam a nossa cidade a diante. Essa é a grande realidade, não vê quem não quer. O que é na verdade essa manifestação das entidades? Não é nada mais nada menos de que a expressão da vontade popular, as pessoas chegaram as entidades e fizeram a sua manifestação. Quem são as pessoas? Comerciantes, lá do Universitário, lá do Interlagos, lá do Canadá, lá do Cataratas e assim por diante fizeram a sua exposição.”
A “pressão” das entidades surtiu efeito, mas não o suficiente para segurar os projetos que foram votados e aprovados. Agora, após a sanção do prefeito Paranhos ou promulgação pela própria Câmara, serão 23 vereadores eleitos para a próxima legislatura e que receberão 13° salário. A partir de agora, a Câmara tem cinco dias para encaminhar os projetos para sanção do prefeito, que tem 15 dias para sancionar ou vetar as leis. As duas medidas em conjunto geram um impacto orçamentário de mais de R$ 700 mil por ano.
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13 º salário
1º turno da votação
Aprovado por 15 votos a 5.
Favoráveis: Beth Leal, Cabral, Celso Dal Molin, Cidão da Telepar, Cleverson Sibulski, Dr. Lauri, Edson Souza, Josias de Souza, Mazutti, Melo, Policial Madril, Sadi Kisiel, Serginho Ribeiro, Soldado Jeferson, Valdecir Alcântara.
Contrários: Pedro Sampaio, Romulo Quintino, Professora Liliam, Professor Santello, Tiago Almeida.
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2º turno de votação
Aprovado por 12 votos a 8
Favoráveis: Cabral, Celso Dal Molin, Cidão da Telepar, Cleverson Sibulski, Dr. Lauri, Edson Souza, Josias de Souza, Melo, Policial Madril, Sadi Kisiel, Soldado Jeferson, Valdecir Alcântara.
Contrários: Beth Leal, Mazutti, Pedro Sampaio, Romulo Quintino, Professora Liliam, Professor Santello, Serginho Ribeiro, Tiago Almeida.
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Aumento de cadeiras
1º turno da votação
Aprovado por 19 votos a 1.
Favoráveis: Beth Leal, Cabral, Celso Dal Molin, Cidão da Telepar, Cleverson Sibulski, Dr. Lauri, Edson Souza, Josias de Souza, Mazutti, Melo, Pedro Sampaio, Policial Madril, Professora Liliam, Professor Santello, Sadi Kisiel, Serginho Ribeiro, Soldado Jeferson, Tiago Almeida, Valdecir Alcântara.
Contrário: Romulo Quintino.
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2º turno de votação
Aprovado por 13 votos a 7.
Favoráveis: Beth Leal, Cabral, Celso Dal Molin, Cidão da Telepar, Cleverson Sibulski, Dr. Lauri, Edson Souza, Josias de Souza, Policial Madril, Professora Liliam, Sadi Kisiel, Soldado Jeferson, Valdecir Alcântara.
Contrários: Mazutti, Melo, Pedro Sampaio, Professor Santello, Romulo Quintino, Serginho Ribeiro, Tiago Almeida.
Foto: Flávio Ulsenheimer/ Assessoria CMC