Cascavel – Já se autonominando pré-candidato ao governo do Estado do Paraná, o ex-senador Osmar Dias esteve ontem em Cascavel e participou de encontro dos prefeitos da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná).
Além de falar sobre suas pretensões políticas, Osmar aproveitou para se defender a respeito da sua inclusão em investigação da Lava Jato, na qual é citado por recebimento de dinheiro para abastecer caixa dois da campanha de 2010 ao governo do Paraná.
A investigação teve origem a partir do depoimento do delator Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, que afirma que Osmar recebeu, para a campanha de 2010, R$ 500 mil. Conforme o delator, a solicitação do dinheiro foi feita pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, mas que o valor foi tratado diretamente com Osmar Dias.
“É uma questão que meus advogados estão trabalhando. Eu não conheço essa pessoa [Fernando], não recebi um centavo da Odebrecht, há um grande equívoco nisso. A pessoa alegou que me encontrou no segundo turno da eleição e não teve segundo turno. Disse que eu perdi por 10 mil votos, só que esse número é de 2006. A população precisa escolher se vai acreditar em mim ou em uma pessoa que, por alguma razão, inventou essa história”, declarou Osmar Dias à imprensa.
O pré-candidato citou ainda sua iniciativa de dispensar a aposentadoria como senador por achar injusto o benefício: “Eu abri mão da minha aposentadoria do Senado, que é legítima, mas que, na minha opinião, é imoral. Esse valor seria de R$ 18 mil por mês e eu já teria recebido mais de R$ 1,5 milhão. Abri mão disso, eu não ia receber recurso da Odebrech”, compara.
Contudo, Osmar está otimista e diz que acredita que a investigação não vai afetar sua candidatura, tampouco a do irmão Alvaro Dias, pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos. “Inclusive, eu pedi para agilizar a investigação e quem tem culpa no cartório não faz isso. Quero que isso seja esclarecido logo”, declarou.
Plano de Governo: Menos impostos e mais cobranças
Com um histórico ligado à agricultura, Osmar Dias garante que seu plano de governo não será restrito. “Penso que o Paraná tem problemas para serem resolvidos no campo e na cidade. Precisamos elaborar um planejamento com ousadia, dando a mesma prioridade ao campo e à cidade. Principalmente no que diz respeito à segurança pública”, adianta.
Acrescenta que, ao contrário do que se tem visto nos últimos anos, diz ter o compromisso de olhar para o interior do Estado: “Temos o problema com o Trevo Cataratas [em Cascavel], as rodovias que não são duplicadas. A rodovia até Foz do Iguaçu [BR-277] deveria ter sido duplicada e foi feita apenas uma parte. Primeiro vamos cobrar que as concessionárias cumpram o contrato, e, segundo, vamos fazer com que o contrato não seja renovado, que seja feita nova licitação para termos uma administração mais transparente”, disse, referindo-se às concessões no Anel de Integração.
Alianças
Após encontros recentes com o senador Roberto Requião (PMDB) e com cúpula do Governo Beto Richa, Osmar diz que é cedo para falar sobre alianças políticas: “Vamos primeiro trabalhar com nosso planejamento e depois buscar os partidos para lutar conosco”.
Contudo, já descarta uma possível aliança com o PT, dizendo que o partido deve ter candidato próprio.
Redução de gastos
No encontro com os prefeitos da Amop, Osmar dias garantiu que haverá parceria com os municípios e que é preciso fazer uma redução de gastos para melhorar a economia do governo estadual. “E não aumentar tributação. Chega dessa gastança. E esse também é o projeto para o Brasil, que precisa melhorar, principalmente, a imagem ética e moral”, discursou.