A motivação banal ainda é o principal estopim para as mortes violentas. Porém, o tráfico de drogas volta, aos poucos, ao domínio. De acordo com balanço apresentado pela Delegacia de Homicídios de Cascavel, em 2016 foram 71 homicídios e, no ano passado, 61. Em 2016, os crimes acessórios eram 16,90% do total. Em 2017, essa fatia aumentou para 27,87%. Crimes acessórios são aqueles homicídios que ocorrem em decorrência de outros crimes: roubo, furto, contrabando, tráfico de drogas.
E o tráfico de entorpecentes é o que lidera essa lista: do total de crimes acessórios de 2017, 70,59% são tráfico de drogas. “Os conflitos pessoais ainda são a principal causa. Porém, vamos tratar com as forças de segurança para que ações sejam desenvolvidas por conta desse aumento da motivação por tráfico de drogas, que voltou a ser exercida de forma violenta e letal e volta a ser cenário de muitos homicídios, por conta de cobranças de dívidas e desentendimento entre traficantes. O que acende um alerta”, comenta a delegada de Homicídios, Mariana Vieira.
Diagnóstico
Além de divulgar o número de mortes violentas dos últimos cinco anos, a Delegacia fez um diagnóstico do crime de 2016 e 2017. Fora o aumento de crimes cometidos motivados pelo tráfico de drogas, o restante teve diagnóstico bem semelhante nos dois anos. O fim de semana – considerando sexta, sábado e domingo – detém 50% dos crimes. “Podemos considerar um padrão, porque em dois anos esse perfil se repetiu. Quando se trata de homicídio, não podemos analisar um período curto de tempo”, explica a delegada.
A região Norte da cidade continua sendo maior em número de homicídios, conforme o Hoje News já havia divulgado no início do mês. São 42,62% dos crimes concentrados por lá em 2017 e 35,21% em 2016. A região Sul é a segunda colocada: 23,94% em 2016 e 32,79% em 2017. Ambas as localidades contam, atualmente, com uma base da UPS (Unidade Paraná Seguro). “Temos que considerar também que a região Norte é a mais populosa da cidade. E nem por isso podemos dizer que é a mais violenta”, enfatiza Mariana.
Armas
A arma de fogo ainda é o principal instrumento utilizado para matar. E o número de mortes por esse tipo de instrumento cresceu em 2017, em comparação com 2016: 70,49% contra 63,38%.
Chama a atenção que as vítimas são, na maioria, jovens: de 18 a 30 anos; e homens. Em 2017, 59 pessoas foram presas acusadas de homicídio. Em 2016, 40.