Policial

Primeira mobilização de combate à dengue em Foz retira 17 toneladas de lixo

Força tarefa com mais de 200 pessoas percorreu mais de 3,2 mil imóveis para orientar moradores de Foz do Iguaçu

Primeira mobilização de combate à dengue em Foz retira 17 toneladas de lixo
Nas primeiras horas do último sábado (18), mais de 200 pessoas, entre agentes de saúde, servidores do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), da Fazenda, Meio Ambiente e soldados do Exército, além de maquinário, integraram uma força tarefa e percorreram quatro bairros da região oeste de Foz do Iguaçu, na primeira Mobilização de Combate à Dengue do ano.
 
“A meta é fazer as visitas não somente para fiscalizar, mas também orientar, esclarecer e tirar dúvidas para que o combate por parte da comunidade possa ser mais efetiva”, disse Jean Rios, Coordenador do Comitê da Dengue. Durante a visita foram feitas ações como distribuição de sacos de lixos, entrega de cartazes e panfletos nos comércios, notificações e autuações, além de limpeza de bota foras.
 
A ação espalhou-se ao longo de 100 quarteirões, visitando um total de 3.258 imóveis, dos quais 445 estavam fechados e em outros 66 imóveis foram encontrados foco de mosquitos. Outros 10 imóveis foram notificados e outros 9 foram multados. Além da distribuição de sacos de lixo e vistoria, agentes e Exército trabalharam em conjunto na orientação dos moradores da Vila Portes, Vila Paraguaia, Jardim América e Jardim Central. Dessa região também foram removidos ao aterro sanitário, 17 toneladas de lixos que estavam jogados em terrenos baldios da região. 
 
A visita dos agentes foi reforçada com a presença do Exército. “Sem dúvida, quando temos a companhia do Exército, as pessoas ficam mais atentas e menos desconfiadas, a receptividade é muito boa”, disse a agente Alexandra Prestes. 
 
Locais
 
Na Vila Portes, num pequeno prédio, o síndico foi orientado a refazer a tampa de concreto da fossa, que estava quebrada. “O mosquito entra por qualquer vão livre para chegar até a água, é preciso muito cuidado e atenção”, orientou a agente do CCZ, Idalete Valensuelo.  Ao visitar cada apartamento, ela observou as sacadas e verificou os vasos. “A gente precisa agradecer essa visita porque às vezes não percebe que ajudamos criar o mosquito num vasinho de planta”, confirmou a moradora Jane Cavalieri.
 
Num terreno baldio, os agentes encontraram entulho e mato alto. “A limpeza desse tipo de área tem que ser frequente. Muita chuva e calor fazem o mato crescer rapidamente, não podemos descuidar”, orientou outro agente enquanto falava com o proprietário. “Precisa endurecer com os donos de terrenos aqui na região, pois eles acabam comprando e deixando de cuidar, mas muita gente mora aqui e acaba sendo prejudicada”, disse o comerciante João Carlos Miranda, vizinho do terreno.
 
Na Vila Brasília, uma família mudou os hábitos após ter três membros contraírem dengue. “Busquei a unidade de saúde, e me encaminharam ao UPA, recebi tratamento e voltei para casa fiz mudança na limpeza, eliminando qualquer coisa que pudesse servir de criadouro em minha casa, fiz uma higienização e melhorei a ventilação”, disse a moradora Ivana Medeiros. 
 
Apesar da mudança, Ivana acredita ter entrado em contato com o mosquito durante uma caminhada no final de tarde longe de casa, ainda assim aconselha; “a gente precisa cuidar direito do que é nosso”. Na mesma região, um morador aproveitou a mobilização para se desfazer de 15 pneus velhos. “Achei que um dia fosse usar, mas não dá para manter”, disse o morador que preferiu não se identificar.
 
De acordo com o CCZ, a retirada de entulhos, móveis usados e até pequenos objetos que podem se transformar em criadouros do mosquito devem ser removidos o quanto antes de cada residência e destinado ao Aterro Sanitário. “Se a pessoa for flagrada jogando lixo em terrenos baldios, ela será multada, e o valor pode aumentar conforme o novo decreto ainda em andamento. Apesar do risco de móveis velhos, entulhos, o morador tem que entender que o mosquito prefere os pequenos objetos, como embalagens plásticas, latas, garrafas, e outros que quando acumulam água são os criadouros preferenciais do Aedes”, disse Rios. 
 
Continuidade
 
As ações de mobilização ganham continuidade a cada 15 dias, em diferentes bairros onde o LIRAa apontou maiores risco em relação ao índice do mosquito. Ações diárias são desenvolvidas pelo Comitê e seus parceiros, a fim de impedir o avanço dos casos da doença. A próxima mobilização acontece dia 1 de fevereiro, na região do Jardim Curitibano.