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Mario Bittencourt é acusado de conflitos de interesses por opositores

62508117_ES Rio de Janeiro 04 de novembro de 2016 Candidato a presidente do Fluminense Mario Bitt.jpgUm dos projetos do candidato a presidente do Fluminense Mário Bittencourt é criar um comitê de compliance. Ou seja, garantir o cumprimento das normas do clube, assim como evitar desvios éticos e prevenir conflitos de interesses. Como os casos que o ex-vice de futebol e ex-advogado do clube vêm sendo acusado pelos opositores nas redes sociais. O principal deles é a ligação com a Bloom Soccer, empresa dos donos do Nova Iguaçu, que agencia jogadores do clube da Baixada, e outros, como o zagueiro tricolor Gum. Há quase uma década, o escritório de Bittencourt presta serviço de advocacia ao negócio dos irmãos Jorge e Jânio Moraes, principalmente em ações trabalhistas e no direito desportivo. ELEIÇÕES NO FLUMINENSE 08-11

Neste período, Bittencourt também advogou pelo clube por meio de contrato do seu escritório, e, de maio de 2014 a fevereiro de 2016, acumulou com a vice-presidência de futebol. Nesse intervalo, alguns jogadores do Nova Iguaçu/Bloom Soccer foram para as Laranjeiras, e não deram muito certo. Como Artur, que ficou sete meses no clube e jogou apenas uma vez. No início deste ano, ele foi emprestado ao América-MG na transação com Richarlison. Porém, a parceria com o clube da Baixada Fluminense antecede ao dirigente. No acordo entre os times, atletas são emprestados ou vendidos entre eles.

A mais nova promessa trazida ano passado foi o jovem Samuel, após a polêmica venda de Biro Biro, que estava emprestado e seria reintegrado ao elenco este ano. No entanto, por causa de um dívida do Flu com o Nova Iguaçu e a Traffic, o atacante foi vendido para a China, e o tricolor ficou com apenas parte deste dinheiro.

IMG_5271.JPGOutra relação em questão é a existência da empresa de fotografia da mulher de Bittencourt no mesmo endereço das empresas dos irmãos Moraes, num Centro Comercial da Barra da Tijuca. Na Receita Federal, os CNPJs ainda constam no mesmo logradouro, porém o candidato explicou que apenas alugou o espaço que não era mais usado pelo escritório de contabilidade dos donos do Nova Iguaçu, em 2011. Segundo ele, a produtora funcionou por pouco tempo no local e o processo de mudança de endereço está em andamento.

IMG_5272.JPGEm todas as situações, Bittencourt se defende e afirma que nunca houve conflitos de interesses durante o tempo em que atuou como advogado e dirigente do clube.

? Nossa advocacia sempre foi prestada na defesa dos atletas do Nova Iguaçu no direito desportivo e, em ações específicas, para a Bloom Soccer, como ação de cobrança. Nunca negociei contrato. Com todos os meus clientes do meio esportivo, eu tenho (tinha) uma cláusula de preferência em relação ao Fluminense, que tenha conflito ético ou legal. No caso dos advogados, só existe conflito quando você advoga para as duas partes na mesma causa, ou se tiver contrato de exclusividade com algum cliente. Essa relação sempre foi de conhecimento do clube ? afirma Bittencourt.

O candidato argumenta que, na questão de Biro Biro, não teve qualquer influência na venda do jogador.

? Em 2012, o Flu comprou o Biro Biro, mas não pagou. Ficou acertado entre o presidente e o Nova Iguaçu, que quando ele fosse vendido, pagaria. Depois, o Flu comprou outros dois jogadores: Derlan e Patrick, e também não pagou. Como havia a parceria, o caso não tinha por que ir a litígio. Tentou-se um acordo, firmado, mas não foi cumprido e o presidente vendeu. Eu sequer participei da reunião ? disse.

Caso seja eleito, Bittencourt admite rever a relação do seu escritório de avocacia com a agência de jogadores:

? A partir desse momento, de eu ser eleito, passa a ter um conflito. Eu até posso continuar advogando para a Bloom Soccer, mas desde que não coloque jogadores no Flu. Pois sou presidente do clube, estou decidindo, assinando contrato.