Esportes

Governo cogita destinar recurso público a 'excepcionalidades' na estrutura dos Jogos

vila dos atletas.jpgRIO – O governo do presidente interino Michel Temer cogita destinar recursos públicos a “excepcionalidades” que surgirem na estrutura preparada para a realização dos Jogos Olímpicos. A determinação para o governo atuar em imprevistos é do próprio presidente, segundo disse ao GLOBO o ministro do Esporte, Leonardo Picciani. Ele participou da recepção à delegação do Brasil na Vila dos Atletas, no início da tarde deste domingo.

No sábado, ventos fortes derrubaram a principal rampa a ser utilizada pela vela nos jogos, na Marina da Glória. O comitê organizador analisa os estragos e há a possibilidade de toda a estrutura ser trocada até o início da competição. O incidente ocorreu a nove dias das primeiras regatas.

Vela: rampa destruída na Marina da GlóriaA estrutura erguida para os jogos conta principalmente com recursos privados, sob responsabilidade do comitê organizador do Rio-2016. Conforme a matriz de responsabilidades dos Jogos Olímpicos, que define as atribuições de entes públicos e privados, coube ao governo federal construir e manter o Centro Olímpico de Tênis, o Velódromo, a Arena do Futuro e o Centro de Esportes Aquáticos, além de linhas e subestações de energia elétrica no Parque Olímpico, estruturas no Complexo de Deodoro e arquibancadas temporárias.

– No caso da Marina, são necessários ajustes, como ocorreu antes nas competições. Todas as checagens de segurança serão feitas e não haverá problema – disse o ministro, sem dizer se o governo vai atuar nesse episódio específico.

Questionado sobre a possibilidade de o governo atuar em reparos nas instalações esportivas, Picciani respondeu:

– Essa é uma atribuição do comitê, as arenas já foram entregues ao comitê. Neste momento, e essa é a determinação do presidente, não tem essa história de a responsabilidade ser de A, B ou C. Os jogos são do Brasil e todos têm de trabalhar integrados e solidariamente para que o resultado seja 100% de sucesso.

A atuação conjunta pode incluir o uso de recursos públicos na estrutura dos Jogos Olímpicos, conforme o ministro:

– Não há essa previsão. Caso ocorra qualquer excepcionalidade, ela será analisada como excepcionalidade. Se ocorrer, será uma hipótese extraordinária e será analisado como hipótese extraordinária.

Segundo Picciani, o governo vem cumprindo suas atribuições e faz as últimas entregas de materiais e equipamentos. São 216 itens sob a responsabilidade do governo, conforme o ministro, e a entrega estará finalizada dentro do cronograma, disse ele.

– Minha avaliação é que tivemos um começo de operação muito positivo, com alguns ajustes a serem feitos, mas que foram identificados e feitos rapidamente, como na Vila Olímpica, com pequenos reparos em algumas das unidades. O transporte tem funcionado muito bem, segurança tem funcionado muito bem, assim como a alimentação dos atletas – afirmou.