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Dupla brasileira da vela relata problema com lixo na Baía: 'Foi de perder a paciência'

Durante oito dias, pouco se falou sobre a poluição e a sujeira na Baía de Guanabara nas regatas de vela, mas, nesta terça-feira, a dois dias do fim da competição, um barco brasileiro enfrentou problemas com resíduos flutuantes. Isabel Swan e Samuel Albercht disputavam a regata das medalhas da classe Nacra 17 quando sacos plásticos agarraram em uma peça do barco que fica submersa.Scheidt e vela em 16 de agosto

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– Hoje aconteceu cinco vezes. Na segunda-feira, já tinha acontecido mas a gente não quis chamar atenção para isso. Hoje foi muito ruim, muita sujeira. Estávamos em segundo na regata já pegou um lixo, depois passamos o primeiro (vento em) popa com lixo, o segundo contravento também. Não sei se acontece para os outros, mas aconteceu para a gente e foi bastante chato – disse Samuel Albrecht. – Foi de perder a paciência. O Nacra é um barco muito rápido, então interfere muito.

Alvo de críticas ao longo de todo o ciclo olímpico pela qualidade ruim de sua água – e pela oportunidade perdida pelas autoridades de despoluí-la -, a Baía de Guanabara vinha recebendo elogios dos velejadores. No primeiro dia de competições, há uma semana, estrangeiros disseram que não avistaram lixo flutuante. Até os brasileiros admitiram surpresa por não terem se deparado com resíduos – uma situação incomum para quem conhece o dia a dia da Baía. Vela: A linda paisagem do Rio nas provas da classe 49er

Até a segunda-feira, as condições climáticas ajudaram a evitar o lixo. A maior parte das regatas foi realizada com a maré enchendo, o que levou a água do oceano para a Baía. Também não houve chuva forte, o que poderia levar o lixo dos rios para a área das regatas. Infográficos Especiais – Vela

Os brasileiros da classe Nacra 17 correram a regata das medalhas nesta terça-feira já sem chances de pódio. Eles terminaram a competição na décima posição. A dupla foi formada no final do ciclo olímpico e tinha como objetivo participar da prova decisiva.

– Ganhamos regatas em condições de vento fraco, tiramos segundo com vento forte. Conseguimos ficar entre os dez do mundo. Muita gente boa ficou atrás, muita gente que fez campanha de quatro anos, que tinha dupla formada por muito mais tempo. Estamos bem feliz com o resultado. Representamos bem o nosso país – afirmou Isabel.