Crianças haitianas representam o maior número de estrangeiros que hoje frequentam escolas municipais de Cascavel. Cerca de 100 alunos estão matriculados e desse total, mais de 90% são haitianos. A maior parte deles está matriculada nos 3º e 4º anos.
Como o ano letivo teve início há poucos dias, ainda há possibilidade de novas matrículas e mais estrangeiros deverão iniciar os estudos. “Algumas escolas relataram que ainda estão recebendo alunos, entre esses, estrangeiros, portanto, o número pode variar”, explica a Secretaria Municipal de Educação.
Embora não haja intérpretes para essas crianças, o Município procura oferecer um atendimento de maneira que nenhuma delas seja prejudicada. “As escolas que recebem alunos estrangeiros que ainda não dominam a língua portuguesa buscam realizar um trabalho mais individualizado com eles, utilizando bastante recurso visual e aulas de reforço na disciplina de português”, esclarece a secretaria.
Auxílio
As crianças haitianas também recebem apoio de colegas que já estão mais habituados ao idioma. “Algumas escolas tendem a receber um maior número de haitianos e neste caso busca-se também o auxílio dos próprios estrangeiros que já estão há mais tempo no País para auxiliar os colegas recém chegados”.
Língua portuguesa
O idioma ainda é a maior dificuldade que estrangeiros enfrentam quando deixam os países de origem. A necessidade de apreender o português, por exemplo, compromete principalmente haitianos que vivem em Cascavel.
Apesar de o Estado contar com o programa Celem (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas) para auxiliar estrangeiros, não há nenhuma turma em funcionamento na cidade. A expectativa do NRE (Núcleo Regional de Educação) é de que pelo menos cinco turmas sejam abertas para atender a demanda desse público.
“A solicitação foi feita ao governo e acreditamos que na próxima semana teremos um posicionamento”, afirma a coordenadora do Celem no NRE de Cascavel Josiane Valcarengui. Segundo ela, os inscritos no programa para o aprendizado do português devem cumprir o curso com carga horária de 160 horas. As aulas ocorrem quatro vezes na semana.
Ceebja
Uma das alternativas buscadas pelo público estrangeiro para aprender o português é o Ceebja (Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos). Atualmente cerca de 20 estrangeiros estão matriculados nessa modalidade de ensino e a maioria é de haitianos. “São matriculados nas variadas disciplinas, preferencialmente na Língua Portuguesa, como a primeira delas”, explica a equipe do Ceebja. No decorrer dos estudos, os alunos seguem as etapas previstas para a conclusão da educação básica.
Para professores
A Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) abrirá inscrições a partir da próxima semana pelo programa ISF (Idioma Sem Fronteiras) destinado à formação inicial e continuada de professores de língua estrangeira e da rede pública de Educação Básica. Haverá aulas de inglês, português para estrangeiros, italiano e espanhol. Informações no site unioeste.br/isf.