SÃO PAULO Enrolada em uma bandeira do Zimbábue, usando grandes brincos no formato do continente africano e carregando uma vuvuzela, a promotora de eventos Farai Chigwedere, 34 anos, foi uma das principais atrações da torcida que esteve ontem na Arena Corinthians para assistir ao primeiro dia da Olimpíada em São Paulo. Nascida no Zimbábue, ela chegou anteontem à noite para São Paulo só para acompanhar a equipe feminina de futebol de seu país, que perdeu para a Alemanha por 6 a 1 ontem à noite. Farai torcia sozinha em meio a um público de 20 mil pessoas no estádio.
? É um momento histórico. Estamos todos muito orgulhosos dessas meninas, independentemente do resultado que elas conseguirem. Sou grande fã de futebol, então quis vir aqui para ver esse jogo ? disse Farai ao GLOBO.
Farai embarcaria hoje mesmo para o Rio, onde pretende ficar por uma semana acompanhando o maior número de esportes que conseguir. Na próxima sexta-feira, ela deve voltar para a Austrália, onde vive atualmente. A torcedora africana foi muito parada pelos brasileiros, que pediam para tirar fotos com ela. Na arquibancada, encontrou o brasileiro Fernando Onosaki, de 42 anos, que estava vestindo uma camiseta da seleção do Zimbábue que comprou durante uma viagem ao país em 2000.
Farai puxou alguns gritos a favor do Zimbábue, mas nem precisou se esforçar muito. A maior parte da torcida estava a favor do time africano.
? Não esperava que os brasileiros fossem nos apoiar tanto. Não sei se eles estão só torcendo porque somos os vira-latas ou porque não gostam muito da Alemanha por causa dos 7 a 1 ? brincou Farai.
Embora tenham comemorado os gols alemães, os torcedores passaram a maior parte do tempo vaiando o time mais forte e gritando o nome de Zimbábue. O gol africano foi comemorado por quase um minuto. Antes dessa partida, a seleção feminina do Canadá havia vencido a Austrália por 2 a 0 na primeira partida da Rio-16 em São Paulo.