Quase um mês depois de ter conquistado o ouro no Rio-2016, Robson Conceição está pronto para novos desafios. Nesta sexta-feira, o campeão olímpico dos pesos ligeiro (até 60kg) anunciou que está migrando para o boxe profissional. O baiano, assim, repete a trajetória dos irmãos Esquiva e Yamaguchi Falcão, que depois de conquistarem, respectivamente, a prata e o bronze nos Jogos de Londres-2012, abandonaram o boxe amador.
Robson assinou contrato de cinco anos com a empresa americana Top Rank para fazer seis lutas por ano. O valor do contrato não foi revelado. O lutador baiano ainda não sabe quem será o seu adversário na estreia, mas sua primeira experiência será em um evento de grande visibilidade. No dia 5 de novembro, Robson entrará no ringue para uma luta em Las Vegas, nos Estados Unidos, que será uma das preliminares do combate que marcará o retorno de Manny Pacquiao aos ringues. O filipino de 37 anos enfrentará neste dia o campeão dos meio-médios, o americano Jessie Vargas, dez anos mais novo.
O baiano está preparado para a nova fase da carreira. Aos 27 anos e após três ciclos olímpicos, ele considera a sua carreira no chamado boxe amador encerrada.
– É um sonho de todo atleta passar para o profissional. Eu fiz tudo o que eu tinha que fazer (no boxe amador). Ganhei todas as medalhas possíveis. Agora quero dar continuidade ao sonho e buscar novas metas – disse o pugilista, afirmando que não pretende estar em Tóquio-2020 para defender o seu título.
– Já participei de três ciclos olímpicos. Graças a Deus consegui conquistar a medalha no boxe amador. Agora quero alçar novos voos e buscar o cinturão mundial.
SONHO DE TÍTULO EM DOIS ANOS
Além do título olímpico, Robson foi prata no Mundial de Almaty, no Cazaquistão, em 2013, e bronze no Mundial de Doha, em 2015. O pugilista baiano ainda foi prata no Pan-Americano de Guadalajara, em 2011.
Sobre o título mundial, os planos de Robson são ambiciosos. Quer conquistar o cinturão em até dois anos.
– Quero ser campeão mundial de boxe no máximo em dois anos. Só depende de mim e do meu desempenho.
Robson seguirá treinando na Bahia com Luiz Dórea, seu técnico. Uma semana antes da luta, viajará para Las Vegas para a fase final de preparação para a sua primeira luta profissional. Até lá, o pugilista acredita que não terá problemas para se adaptar às pequenas diferenças do boxe olímpico para o profissional. No profissional, por exemplo, a luta pode ter até 12 rounds.
– Meu estilo de luta já é um pouco profissional. Vou muito para cima (do adversário). Vou precisar fazer um ajuste no treino, mas posso treinar com mais calma. Outra vantagem é que eu vou saber o meu adversário muito antes (da luta). Antes (no boxe amador) eu tinha que estar preparado para qualquer um.
Outra mudança será na categoria. Se no Rio-2016 ele lutou na categoria até 60kg, no profissional ele vai estrear entre os super-penas (até 59kg). Mas o objetivo de Robson é baixar ainda mais de categoria.
– Vou estrear no 59kg, mas depois pretendo baixar até 57kg.