Arthur Cesar Menezes Soares Filho, dono do Grupo Facility e um dos amigos mais próximos do ex-governador Sérgio Cabral, entrou no horizonte da Operação Calicute (versão da Lava-Jato no Rio) depois que a investigação encontrou repasses dele no valor de R$ 1 milhão para o escritório de Adriana Ancelmo, mulher de Cabral. Já a LRG, empresa de Carlos Miranda, o operador acusado de recolher a propina do ex-governador, recebeu mais R$ 660 mil de Soares. Os investigadores suspeitam de lavagem de dinheiro.
O empresário é agora acusado de repassar R$ 4,7 milhões a Papa Massata Diack, filho do então presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e membro do comitê executivo do COI, o senegalês Lamine Diack. A transferência ocorreu três dias antes da eleição do Rio para sede dos Jogos de 2016, em 2 de outubro de 2009. E foi feita pela Matlock Capital Group, uma holding nas Ilhas Virgens, paraíso fiscal, que tem ligação com Soares.
Conhecido nos bastidores da política como ?Rei Arthur?, o empresário é apontado como o maior fornecedor de mão de obra terceirizada para o governo de Cabral. No depoimento, admitiu que é amigo do ex-governador. Soares disse que conheceu Cabral ainda deputado estadual (1991-2002) e ficou mais próximo quando ele se elegeu senador.
Indagado sobre os repasses, o empresário argumentou que conheceu Adriana por intermédio de Cabral e contratou o escritório de advocacia da ex-primeira-dama após recomendação do ex-governador. Ao negar que os repasses funcionaram como uma forma disfarçada de pagamento de propina, Soares assegurou que o escritório prestou serviços na área trabalhista.