A intenção da Prefeitura do Rio de assumir o Maracanã e passar a gestão do estádio para Flamengo e Fluminense foi vista com bons olhos pelo presidente tricolor. Peter Siemsen, no entanto, destacou que antes é preciso saber exatamente em que condições isso seria feito. Mais cedo, também neste sábado, o presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello, tinha dito que o clube da Gávea tem interesse e está pronto para gerir a arena. Pela manhã, durante inauguração do Corredor TransOlímpico (via expressa integrada ao BRT, ligando Recreio a Deodoro), o prefeito Eduardo Paes declarou que pretende ficar com o Maracanã e repassá-lo à dupla Fla-Flu. A notícia tinha sido antecipada na coluna deste sábado de Ancelmo Gois no GLOBO.
– Sem avaliar detalhes, a ideia de transferir o Maracanã para o município é muito boa. É um equipamento da cidade e o prefeito tem sido incentivador dos clubes – disse Siemsen.
O dirigente destacou que as condições do projeto precisam ser avaliadas, mas vê os clubes com capacidade de gestão.
– A gente conheceu a operação. Os clubes, hoje, são confiáveis na gestão. Isso justifica que, no mínimo, assumam junto com uma empresa – completou.
Para Siemsen, o fundamental é encontrar um modelo que permita ao estádio ter atividades contínuas. E uma operação reestruturada, que reduza custos. Ele comparou o Maracanã, conceitualmente, a Wembley, no sentido de vê-lo como um estádio voltado para grandes eventos. O que, no caso do Fluminense, faz o clube seguir interessado no projeto de um estádio próprio de médio porte.
ENTENDA O CASO
No fim do mês passado, a Maracanã S. A. (empresa que tem a Odebrecht como sócia majoritária) formalizou ao governo do Rio a intenção de rescindir amigavelmente o contrato de concessão que vigora até 2048. Acumulando prejuízo no estádio de R$ 77 milhões em 2014 e R$ 48 milhões em 2015, segundo seus balanços, a Odebrecht desistiu do negócio.
Nos últimos meses, a Maracanã S. A. chegou a conversar com outras empresas que poderiam assumir a concessão, numa negociação que necessita da aprovação e agradaria ao governo estadual. Os números negativos, e condições consideradas adversas (como a proibição de se erguer empreendimentos comerciais no lugar dos vizinhos Célio de Barros e Julio de Lamare), porém, afugentaram até agora eventuais investidores.