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?Paitrocínio? feito por Nobre no Palmeiras não é ideal, dizem especialistas

27411646814_02ddef4264_b.jpgConflito de interesses, doping financeiro e administração que deve ser enterrada foram algumas das críticas feitas à gestão de Paulo Nobre, cujo modelo já pautou vários clubes do Brasil e que não criou raízes saudáveis.

Palmeiras – 28.11

? Pode haver conflito de interesses. Sairá da presidência e não se sabe que tipo de influência terá na próxima gestão. Afinal, o clube deve dinheiro a ele – analisa Pedro Daniel, da consultoria BDO, especialista em gestão esportiva que, reconhece que, dentro do contexto, com receita comprometida e sem crédito, entende-se o “paitrocínio”. ? O empréstimo aprovado pelo conselho fiscal é lícito.

Daniel observa que o clube deve fechar o ano como o que mais ganhou com patrocínio e que a Crefisa ajudou a fortalecer a marca. Na esteira, vieram títulos, bilheteria (R$ 87 milhões, a maior do país), e mais sócios torcedores (pulou de 8 mil para 127 mil). Mas diz que a gestão do Flamengo, com austeridade financeira, é mais confiável:

? É a longo prazo. Se fosse jogador, entre um e outro, optaria pelo Flamengo.

O presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello, também resgatou a credibilidade do clube ao reduzir custos, aumentar a receita e pagar dívidas (incluindo impostos). Em 2012, a dívida era de R$ 750 milhões, com receitas penhoradas. Em 2015, teve superávit de R$ 115 milhões.

? E sem um Nobre! Esse é o modelo corporativo atual e a ser seguido. O do Palmeiras, enterrado ? opina Amir Somoggi, especialista em gestão esportiva. ? O Nobre fez coisas boas, aumentou as receitas. Mas é loucura bancar clube. Não se trata de empresa. Ele não é o dono. Mas saiu contratando, injetando dinheiro, como um doping financeiro. É uma questão de conceito.

Com a Crefisa, o Palmeiras teve salto de receita total de R$ 244 milhões (2014) a R$ 351,5 milhões (2015), sendo o terceiro clube do país que mais faturou, atrás de Cruzeiro (R$ 364 milhões) e Flamengo (R$ 355,6 milhões). O crescimento foi de 44%. Sem contar com as transferências de atletas, o salto foi de 85%: de R$ 183 milhões a R$ 339 milhões, sendo que em patrocínio saiu de R$ 17 milhões para R$ 70 milhões.