RIO – Os Jogos Olímpicos ainda não começaram, mas pode-se dizer que, fora das competições, sorte não é uma palavra que tem acompanhado a delegação da Austrália desde que chegou ao Rio, no último domingo. Um misto de acaso com os incidentes na Vila dos Atletas e estratégia de divulgação fez a Austrália virar o país mais comentado dos Jogos até aqui. O “aussie team”, como eles chamam, mostrou-se a mais azarada e também a mais midiática seleção da Olimpíada carioca.
Ainda no domingo, a delegação da Austrália reclamou de que seus apartamentos apresentavam defeitos nas instalações de gás, elétricas e hidráulicas. Os australianos criticaram as habitações da Vila, classificando os quartos como “inabitáveis”. Os australianos listaram os problemas como “sanitários entupidos, vazamento de tubulações, fiação exposta, escadas escuras, sem iluminação suficiente, e pisos sujos”. Diante desse cenário, o comitê australiano considerou inseguro hospedar seus atletas no local e eles foram para um hotel. Fogo no prédio da Austrália
O prefeito do Rio comentou o caso e considerou legítimas as reclamações dos australianos. Mas também fez graça: disse que botaria até cangurus na Vila para deixar o pessoal da Austrália mais feliz. A declaração não foi bem recebida pela delegação australiana, que rebateu o comentário e disse que a necessidade era por um encanador e não um canguru.
O assunto dominou a semana, causou o incidente diplomático e culminou com a entrega das chaves do prédio pelo próprio alcaide, em evento que aconteceu na quarta-feira.
MAIS PROBLEMAS RONDAM OS AUSTRALIANOS
Nesta semana, uma equipe de TV australiana disse que sofreu uma tentativa de assalto no calçadão de Copacabana, quando os repórteres foram abordados por um grupo de travestis.
Segundo a repórter Christine Ahern, do Canal Nove local, a segurança da equipe agiu rapidamente, mas anda assim o repórter cinematográfico foi golpeado na cabeça por uma bolsa pesada.
– Um dos travestis foi na direção do Glen e aí os seguranças intervieram, mas ele levou uma bolsada bastante dura, parecia que tinha um tijolo ou outra coisa dentro – contou Ahern.
Em junho, uma atleta paralímpica australiana disse ter sido assaltada no Aterro do Flamengo. Ela relatou o caso através das redes sociais. A velejadora Liesl Tesch estava com uma amiga quando ambas foram abordadas por dois homens armados num ponto de ônibus. De acordo com a atleta, elas tiveram as bicicletas roubadas.
“Algumas coisas não acontecem frequentemente na vida… como ser assaltada à mão armada no final de uma pedalada pela manhã na orla!”, diz a atleta numa publicação na internet..
O presidente da equipe de vela Australian Sailing Team, a equipe de vela australiana, Matt Carrol, recebeu a notícia com preocupação. Na página oficial do time, ela afirmou que a Polícia Federal australiana está empenhada na segurança dos atletas que estão no Rio.
RECLAMAÇÕES ANTERIORES
As reclamações australianas, na verdade, começaram bem antes dos Jogos, em 2013. Questões foram levantadas sobre organização e segurança dos Jogos. Recentemente, após a velejadora paralímpica australiana Liesl Tesch ser assaltada à mão armada no Aterro do Flamengo, em junho, a chefe da delegação da Austrália, Kitty Chiller, pediu o aumento do efetivo policial.
?Atletas têm sido roubados enquanto treinam para competir nos eventos teste no Rio, e queremos nossos atletas protegidos?, escreveu Chiller aos organizadores da Rio 2016.