Nove jogadores brasileiros usaram passaportes irregulares para defender a seleção do Timor Leste em partidas das eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. A informação foi confirmada nesta terça-feira em comunicado da Confederação Asiática de Futebol (AFC), que declarou os passaportes “nulos e inválidos” e proibiu os atletas de voltarem a atuar pelo Timor Leste em competições.
A fraude veio à tona em janeiro, provocando a exclusão do Timor Leste da Copa da Ásia de 2023. Reportagem do ?New York Times? em 2015 mostrou que o país vinha realizando uma naturalização massiva de jogadores brasileiros, em condições que levantavam suspeitas de descumprimento de regras internacionais. Segundo grupos locais, os brasileiros recebiam passaporte do Timor Leste sem que morassem ou sequer passassem tempo significativo no país.
Os jogadores que tiveram fraudes detectadas no passaporte são: Diogo Rangel, Felipe Bertoldo, Jairo Neto, Júnior Aparecido Guimora de Souza, Patrick Fabiano, Paulo Martins, Paulo Helber, Ramon Saro e Rodrigo Silva.
Os atletas costumavam ser titulares ou aparecer no banco de reservas em jogos do Timor Leste desde 2015, quando tiveram início as eliminatórias asiáticas para a próxima Copa do Mundo. Nos últimos jogos da seleção pelas eliminatórias em novembro, no entanto, nenhum deles foi escalado.
Além da declaração de nulidade dos passaportes dos jogadores e da exclusão da Copa da Ásia, o Timor Leste pode receber outras punições da AFC, o que inclui anular resultados. A federação de futebol do país foi multada em U$ 20 mil, e seu secretário-geral Amândio de Araújo Sarmento foi suspenso por três anos.
Mesmo com os brasileiros, a seleção do Timor Leste já não tem mais chances de ir à Copa do Mundo de 2018. A equipe ficou em último no Grupo A das eliminatórias asiáticas e foi eliminada, já que não conseguiu avançar à próxima fase.