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Marroquina chega em último, mas conquista torcida na canoagem

A arquibancada do Estádio de Canoagem Slalom no Parque Radical de Deodoro estava tomada ontem de bandeiras do Brasil, do Japão, França e Austrália, entre outros países, mas coube a uma marroquina a tarefa de unir a torcida e ser ovacionada pelo seu desempenho. Em um daqueles momentos que costumam simbolizar o espírito olímpico, Hind Jamili sofreu para completar o percurso, terminando na última posição na prova do K-1, mas fez valer a máxima de que o importante é competir, e ganhou a galera. Links canoagem

Ocupando apenas a 101ª posição no ranking mundial, Jamili entrou como convidada após vencer uma seletiva no continente africano. Não tinha pretensão nenhuma de se classificar à semifinal, que dirá de subir ao pódio. E isso ficou claro logo nas duas passagens dela pelo percurso de 250 metros.

A marroquina tinha dificuldade enorme em controlar seu caiaque nas corredeiras artificiais. Parecia que a qualquer momento ele poderia virar. E, de fato, virou. Jamili ficou de cabeça para baixo, mas logo voltou à posição normal, para delírio da torcida, que gritava e aplaudia, em um momento que lembrou o desempenho do nadador Eric Mousambani nos Jogos de Sydney-2000. Como não poderia ser diferente, ela terminou na última posição, com o tempo de 149,87s, distantes 50 segundos da primeira colocada, a italiana Stefanie Horn.

? A torcida foi incrível. Tinha muita gente me assistindo, foi a primeira vez diante de um público assim. O caiaque virou e eu pude ouvir a torcida gritando e me apoiando para completar o percurso ? disse Jamili. Os recordes quebrados nos Jogos Rio-2016

Com uma timidez normal para os seus 17 anos e falando em um inglês titubeante, Hind Jamili disse que aprendeu muito com sua participação olímpica n Rio.

– Foi uma experiência incrível, pude aprender com as melhores do mundo. Tudo foi demais. Sou jovem, e no futuro quero chegar perto delas.

Treinador de Jamili, o francês Davy Egraz aprovou o desempenho de sua pupila.

– Ela começou a remar comigo seis anos atrás. Eu estava com medo que ela fizesse feio, mas acho que ela mostrou que pode competir em uma Olimpíada.