Se o futebol é utilizado, em todo o mundo, como uma forma de fugir dos problemas do dia a dia, no Haiti esse escapismo é quase uma necessidade. A população do país, o mais pobre da América Latina, tem acompanhado de perto a participação da equipe na Copa América, buscando uma maneira de esquecer a dura realidade. Copa América em 8 de junho
O torneio, no entanto, está tendo um gosto especial. Como muitos haitianos têm dificuldades para acompanhar os jogos de futebol, devido à frágil situação econômica do país, o jogador americano Jozy Altidore, filho de imigrantes haitianos, está organizando uma espécie de ?fan fest? em diversos locais do país.
A ideia é transmitir, em telões, todos os jogos do Haiti e dos Estados Unidos, além das semifinais e da final. O projeto foi feito em parceria com a Fundação St. Luke para o Haiti.
? Quando o Haiti se classificou, pensei que seria legal, porque eles não jogam uma grande competição desde a Copa do Mundo (de 1974). Pensei que seria bom, sabendo o quanto os haitianos amam a sua seleção, pessoas que não teriam como acompanhar as partidas ? explicou Altidore a ?Sports Illustrated?, em maio, quando a ação foi anunciada.
Altidore, atacante do Toronto FC, do Canadá, chegou a ser incluído na lista preliminar dos convocados para Copa América, mas foi cortado por um problema muscular. O jogador afirmou que o projeto poderia servir como incentivo para a seleção haitiana.
? Acho que eles podem surpreender algumas pessoas, e espero que consigam ? destacou.
A tarefa não é fácil. A equipe perdeu na estreia, para o Peru, por 1 a 0, e enfrenta, nesta quarta, um presisonado Brasil. No domingo, é a vez do Equador. A única certeza é que, para os haitianos, acompanhar seu heróis, mesmo à distância, já é uma vitória.