BRASÍLIA – Se você é campeão olímpico, evite o estádio Mané Garrincha, em Brasília, porque ele parece não trazer muita sorte. Mesmo jogando melhor, a seleção feminina dos Estados Unidos, campeã das três últimas edições do torneio, foi eliminada nesta sexta-feira pela Suécia, que conquistou uma vaga nas semifinais. Na quarta-feira, os últimos campeões olímpicos do torneio masculino – México (2012) e Argentina (2004 e 2008) – também já tinham sido eliminados no mesmo estádio.
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No tempo normal, o jogo terminou empatado, um a um. Na prorrogação, nenhum gol, mas nas cobranças de pênalti, as suecas levaram a melhor: quatro a três. A Suécia vai enfrentar o vencedor da partida entre Brasil e Austrália, que jogam hoje às 22h, no Mineirão, em Belo Horizonte. zika_hopesolo7-8
A estratégia da Suécia era jogar fechado, se defendendo e partindo para o contra-ataque. Aos 15 minutos do segundo tempo, deu certo. Num contra-ataque rápido, a atacante Stina Blackstenius recebeu a bola no campo de ataque, avançou e chutou sem chance para a goleira Hope Solo. A autora do gol começou o jogo na reserva, e entrou ainda no primeiro tempo, após a titular Fridolina Rolfo se machucar.
A seleção dos Estados Unidos não se abateu e buscou o empate, enquanto a Suécia continuavam preferindo se fechar lá atrás. Aos 31 minutos, a zagueira sueca Jessica Samuelsson falhou. Ela se atrapalhou com a bola na grande área e a deu de presente à atacante Alex Morgan, que balançou a rede.
Os Estados Unidos continuaram pressionando. Aos 38 minutos, a camisa 10 Carli Lloyd, eleita melhor do mundo em 2015, chutou a gol. Podia ter virado o jogo, mas a bola que chutou desviou na zaga e foi para escanteio. Um minuto depois, Tobin Heath chutou colocado de fora da área, mas a goleira sueca Hedvig Lindhal defendeu a bola.
O jogo entre ataque e defesa ficou claro na posse de bola: 64% a 36% para os Estados Unidos no tempo normal. Nos primeiros 90 minutos de jogo, foram 20 finalizações dos Estados Unidos e quatro da Suécia.
Na prorrogação, os Estados Unidos continuaram a ter mais posse de bole, mas a Suécia desperdiçou dois bons contra-ataques no primeiro tempo. Na segunda metade, as duas bandeirinhas falharam. Carli Lloyd marcou de cabeça em posição legal, mas foi marcado impedimento. Na sequência do lance, a Suécia balançou a rede com Lotta Schelin, mas novamente foi marcado um impedimento que não existiu.
Sem gols no tempo extra, o jogo foi definido apenas nos penaltys. Alex Morgan desperdiçou a primeira cobrança, defendida pela foleira Hedvig Lindhal, deixando a Suécia em vantagem. Em seguida, marcaram, pela Suécia, Lotta Shelin e Kosovare Asllani. Pelos Estados Unidos, acertaram a cobrança Lindsey Horan e Carli Lloyd.
O chute da sueca Linda Sembrant parou nas mãos da goleira Hope Solo, deixando tudo igual. Na sequência, Morgan Brian marcou para os Estados Unidos e Caroline Seger para a Suécia. Na última cobrança, Christen Press chutou para fora. Restou à sueca Lisa Dahlkvist acertar o gol e sacramentar a classificação da sua seleção.
Como era esperado, a torcida brasileira pegou no pé da goleira Hope Solo e apoiou o time da Suécia. Toda vez que ela tocava na bola, gritos de “zika” ecoavam no estádio. Houve até mesmo um “olê, olê, olá, zika, zika” no começo do jogo. Tudo porque a goleira dos Estados Unidos deixou bem claro, antes da Olimpíada, seu medo de contrair o vírus zika no Brasil.
Do outro lado, a goleira Hedvig Linhdhal agia como animadora da torcida, pedindo apoio nas cobranças de escanteio do time sueco. O jogo também teve espaço para protesto político. Alguns torcedores levaram cartazes de “fora Temer”.