Vítima de Carlos Alberto Torres na final de 1970, o goleiro Enrico Albertosi recordou em entrevista a uma rádio italiana sua impotência diante da pancada que fechou o placar de 4 a 1.
– (Quando soube da morte dele) Vivi a lembrança daquele gol, o quarto, um tiro indefensável, um chute absurdo após o passe de Pelé, que o esperou até o último momento. Uma paulada que se enfiou de forma precisa, impossível de agarrar.
Aos 76 anos, o então goleiro do Cagliari, que quatro anos depois atuaria pelo Milan, analisou a atuação de Carlos Alberto naquela partida.
– Naquela partida, ele devia marcar o (atacante Luigi) Riva. E o fez, mas ele era um lateral que avançava bem mais que um defensor puro. Foi um dos que melhor interpretaram da posição.
O assombro diante do gol continua vivo no goleiro, que também recorda que, na Cidade do México, onde fica o estádio Azteca, os 2.250m de altitude exercem efeitos sobre o jogo.
– Não me lembro de ter tomado um outro gol assim na carreira. No México, o ar é mais rarefeito, a bola é indefensável. Chutar do bico da área no México é como chutar a dez metros – disse ele, estipulando uma distância inferior à da marca do pênalti.
– E com aquela força…