Companheiro de Carlos Alberto Torres na Copa de 1970, Gérson estava emocionado com a notícia do falecimento do ex-lateral. Revelando que tinha almoço marcado com Torres para depois das eleições, o camisa 8 da seleção tricampeã diz que o país perdeu um profissional da melhor qualidade.
– Ele tinha a importância de um capitão de seleção tricampeã do mundo. E em 70, fomos nós, os jogadores, que o elegemos capitão. Não foi a direção. Se você pegar a seleção de 70, vai pegar nomes de primeiríssima qualidade. E ele falava por esses nomes. Não preciso dizer mais nada dele – disse Gérson ao Sportv.
– Ele foi capitão em todos os clubes. Não era um capitão como outro qualquer, só para o cara ou coroa. O grupo de 70 não o chamava pelo nome, mas como ‘Capita’. Ele era o cara.
Acrescentando que Torres ‘tinha uma importância capital dentro e fora das quatro linhas’, Gérson disse que provavelmente o futebol brasileiro não terá mais um capitão do mesmo nível.
– A liderança que ele tinha nunca mais vamos ter. Do jeito que ele era, se comportava, falava, posso dizer com franqueza: não vai mais ter igual.
Técnico da seleção brasileira tetracampeã do mundo em 1994, Carlos Alberto Parreira era um jovem de apenas 27 anos que trabalhava como preparador físico do Brasil durante a Copa de 1970. Nervoso antes da final contra a Itália, Parreira recorda que foi acalmado pelo capitão Carlos Alberto Torres.
– Ele tinha confiança que íamos ganhar. Falou ‘Com o time que temos, com os jogadores que temos, vamos ganhar mole’ – disse Parreira ao Sportv.
Parreira recordou as características de liderança do ‘Capita’.
– Ele era bem articulado, tinha postura fora do campo, e tinha liderança técnica também por sua qualidade. Na Copa de 70, foram cinco meses de trabalho e convivência. Ele foi um líder, ajudou muito a comissão técnica.
Zagueiro da Copa de 70, Brito também lamentou a perda do ex-companheiro.
– Ele nunca precisou se impor pelo grito. Era super calmo, educado.