Zurique – A Copa do Mundo de 2026 será a primeira da história a ser realizada em três países. A Fifa anunciou, ontem, em Moscou (RUS), que a candidatura conjunta de Estados Unidos, México e Canadá venceu a de Marrocos.
A candidatura tripla recebeu 134 votos, contra 65 de Marrocos. Um voto foi para nenhuma das candidaturas. Sete confederações se declararam impedidas de votar.
Capitaneada pelos EUA, a candidatura tripla promete a maior Copa do Mundo da história em termos de público, quantidade de times e dinheiro ganho. Os pesos econômico e político norte-americanos foram decisivos para convencer os dirigentes da Fifa a lhes dar o Mundial.
Maior economia do mundo, os EUA voltarão a receber a competição 24 anos da primeira edição em seu território, em 1994, que foi um sucesso de público. É uma forma de compensar a decepção pela perda de eleição para sede de 2022 para o Qatar em processo cercado de acusações de corrupção. Já o México será o primeiro país a ter jogos de três Mundiais.
A Copa norte-americana será a primeira garantida com 48 times, um aumento de 50% em relação ao número atual de 32 times. Há uma discussão em relação a ter essa quantidade de seleções em 2022, mas é improvável que isso seja aprovado na Fifa.
Até por isso o presidente da Fifa, Gianni Infantino, fez campanha nos bastidores pelos norte-americanos, o que lhe gerou críticas dos africanos. O dirigente tinha dois objetivos: garantir que esse novo formato encha os cofres da Fifa como o esperado, e não ter problemas de organização. A candidatura marroquina teve nota 2,7 na avaliação, enquanto a dos americanos, 4.
Números expressivos
A promessa da candidatura United, como chamada pelos três países, é de levantar um total de US$ 14 bilhões em receitas. Isso representa mais do que o dobro do que será ganho pela Fifa na Rússia e do que foi obtido no Brasil, entre US$ 5 e 6 bilhões. Há, no entanto, ceticismo no mercado em aumentar neste patamar a receitas, visto que já existem contratos em vigor nas áreas de TV e marketing. E os gastos com infraestrutura seriam consideravelmente menores do que os realizados por esses dois países. Estão incluídos nos planos da Copa um total de 23 estádios, todos já construídos. Haverá reformas em nove deles apenas. Devem sobrar 16 arenas no corte de seleção. A média de capacidade de público prevista é 69,261 mil para cada estádio. É bem superior ao que ocorreu no Brasil, onde apenas o Maracanã e o Mané Garrincha tinham a possibilidade de receber público acima desse.