RIO – Após o cancelamento das competições de remo nesta quarta-feira – é a segunda vez que isso acontece na Olimpíada do Rio -, era de se esperar alguma dor de cabeça para os organizadores em um processo delicado: explicar aos torcedores que eles não podem trocar seu ingresso por outro dia de competição. A opção é pedir reembolso e tentar comprar ingresso novamente, o que pode ser frustrante para alguns.
No entanto, o diretor-executivo da Federação Internacional de Remo (Fisa) Matt Smith não se mostrou preocupado, nesta quarta-feira, com as devoluções de dinheiro e novas procuras por ingresso. Isso porque, segundo ele, a demanda não vem sendo tão grande assim:
– Na verdade, isso pode ser surpreendente: muita gente nem aparece. Nossos índices de no show (“não comparecimento”, em tradução literal) nesta Olimpíada são mais altos que o normal. Não sei por que isso acontece. Imagino que se a pessoa comprou um ingresso, agendou uma viagem e reservou um quarto de hotel, ela gostaria de aparecer – afirmou Smith.
O diretor-executivo da Fisa não soube precisar o número exato de lugares comprados que acabaram ficando vazios, mas estimou que fique entre 15 e 20% dos ingressos vendidos.
O carioca Raphael Saavedra, de 21 anos, não faz parte dessa estatística: ao lado de familiares, ele foi um dos torcedores que, mesmo com tempo fechado e chuva fina na manhã desta quarta, foi até o Estádio de Remo da Lagoa para honrar o ingresso comprado. Ele queria ver as duplas brasileiras Vanessa Cozzi/Fernanda Nunes e Xavi Vela/William Giaretton, que disputaria nesta manhã as classificatórias para as finais C e D do Double Skiff Leve.
– Nem chegamos a entrar. Vimos do lado fora o telão avisar que não teria mais competição no dia. Foi triste porque a minha família estava empolgada para participar das Olimpíadas, mas nós já sabíamos que com o tempo ruim seria difícil que as provas acontecessem normalmente – explicou Raphael.