A determinação do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio (TJD-RJ) de que a final da Taça Guanabara seja realizada no Engenhão, no próximo domingo, trouxe à cena também uma discussão sobre o uso do Maracanã pelo Flamengo três dias depois, na estreia pela Libertadores contra o San Lorenzo (ARG).
O diretor de competições da Federação do Rio (Ferj), Marcelo Vianna, lembrou em entrevista ao “Sportv” que o Maracanã não apresenta atualmente os laudos de Polícia Militar, o que inviabiliza o uso do estádio hoje. Não haveria tempo hábil, portanto, para conseguir a liberação para a final da Taça Guanabara antes que a venda de ingressos tivesse início.
Vianna afirmou ainda que a Ferj consultou empresas que costumam realizar operações de jogos de futebol, e todas responderam que não é possível garantir a segurança dos torcedores nas condições atuais do Maracanã. Sem entrar em detalhes sobre os problemas que foram identificados, Vianna indicou ter dúvidas de que o estádio consiga atingir as condições necessárias até a estreia do Flamengo na Libertadores, na quarta-feira.
– Não sei que tipo de conversa foi realizada entre Flamengo, San Lorenzo e Conmebol. Isso não cabe a nós – acrescentou Vianna.
O Flamengo vem realizando vistorias no Maracanã e estimou um valor a ser gasto em reformas e manutenção para que o estádio tenha condições de receber a estreia na Libertadores. No despacho que determinou o Engenhão como palco da final da Taça Guanabara, o presidente do TJD-RJ Marcelo Jucá citou o “notório estado de precariedade” do Maracanã.
“A medida se fez necessária tendo em vista o notório estado de precariedade do Maracanã, não podendo a FERJ marcar esta partida em outra arena, que não seja a Nilton Santos”, diz o despacho.
O presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, que foi contrário à marcação do Fla-Flu no Engenhão, questionou a real situação do Maracanã. Pereira citou o curto período de tempo entre os dois jogos do Flamengo, pelo Carioca e pelo Engenhão, e deu a entender que, se o Maracanã não está apto para um, também não deveria estar para outro, ou vice-versa.
– O estádio não estar apto no domingo e estar apto na quarta-feira é estranho. O San Lorenzo vai sair da Argentina sem ter a garantia dos laudos do estádio? Vou buscar informações junto à CBF que justifiquem a marcação desse jogo pela Libertadores para o Maracanã – disse Pereira ao “Globoesporte.com”.