Esportes

Conmebol nega que recomendasse a empresa aérea do voo da Chapecoense

BUENOS AIRES – Diante dos boatos de que o prestígio da Lamia e o crescimento de suas atividades no
futebol sul-americano indicaria uma conexão com a Conmebol, a confederação sul-americana veio a
público para desmentir o que entende como meros rumores.

? A Conmebol não
tem nada a ver com a margem de liberdade que têm os clubes para se organizar ?
declarou ontem o porta-voz da confederação, Miguel Ortíz.

Em entrevista no Paraguai, Ortíz
transferiu toda a responsabilidade de contratar os serviços da Lamia aos times:

? A pergunta deve ser feita aos times, com eles vocês terão uma resposta
contundente.

Desde que foi criada na Bolívia, em 2015, a empresa foi utilizada por
diversos clubes e seleções latino-americanas. A lista de times que voaram em
aviões da Lamia ? em
muitos casos o mesmo que caiu na noite da última segunda-feira perto de Medellín ? inclui os argentinos River Plate, San Lorenzo e Independente; os paraguaios Sol da
América e Olimpia e o
colombiano Atlético Nacional, que deveria ter jogado ontem contra a Chapecoense,
em Medellín.

Alguns times, no entanto, nunca chegaram a fretar aviões da Lamia porque seus preços mais competitivos
provocaram temores sobre a solidez da companhia e, principalmente, de suas
aeronaves.

Esse foi o caso do clube paraguaio Sportivo Luqueño, segundo afirmou seu assessor de imprensa,
Nelson González.

? Eles nos ofereceram um avião para ir a Medellín, mas as autoridades do clube acabaram
optando por voos comerciais. A Lamia era
uma opção mais barata, mas ficamos com dúvidas porque o preço era baixo demais ?
comentou González. ?
No Paraguai começou-se a falar muito sobre a empresa, sabíamos que tinham
trabalhado com vários clubes.

Consultados pelo GLOBO, vários clubes latino-americanos confirmaram a
utilização dos aviões da empresa boliviana e, em muitos casos, asseguraram que a
razão principal foi econômica. A própria Associação de Futebol da Argentina
(AFA) confirmou que o último voo da seleção nacional com a Lamia ? entre Belo Horizonte e a província
argentina de San Juan? custou US$ 5 mil menos do que cobrava a
segunda oferta mais barata.

? A diferença não era muita, mas a Lamia foi a
mais econômica e a que conseguia atender melhor nossas demandas em matéria de
horários ? comentou uma fonte da AFA.