O judoca Rafael Silva, o Baby, conquistou hoje sua segunda medalha de bronze olímpica. A sua história rumo às conquistas em Londres-2012 e no Rio-2016 começou um pouco mais tarde do que de costume. Paranaense de Rolândia, o mais novo medalhista do Brasil começou a praticar o esporte somente aos 15 anos. JUDÔ EM 12 DE AGOSTO
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? Comecei a treinar judô com 15 anos, uma idade atípica, o que trouxe bastante dificuldade para aprender os fundamentos. Precisei treinar muito, fazer muitas repetições para deixar os movimentos naturais e desenvolver a técnica… Para ficar técnico, treinei bastante, fiz muitas repetições de fundamento, a idade foi uma das maiores dificuldades ? disse Rafael em entrevista ao portal Esporte Essencial, e, 2012.
Vencido esse primeiro obstáculo, as conquistas em campeonatos internacionais começaram a aparecer. Em 2010, conquistou o ouro nos Jogos Sul-Americanos de Medelín, na Colômbia, no ano seguinte, a prata no Pan de Guadalajara. Mas era 2012 que reservava o melhor para Baby. Apenas 10 anos depois de começar nos tatames, aos 25 anos, Rafael Silva se tornou o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica nos pesos pesados do judô, em Londres-2012.
? Sou o primeiro medalhista da categoria peso pesado, um fato inédito no judô brasileiro. Eu não tinha nenhuma medalha olímpica e conquistei. Foi uma campanha muito boa. Quando a gente vai a uma competição, pensa muito no ouro, mas o bronze foi muito importante para a minha carreira ? declarou ele na mesma entrevista.
Rafael Silva cai diante de ícone do judô e vai à repescagem
Apesar do tamanho, Rafael é famoso por ser tranquilo, introspectivo e tem fama de ser ?bonzinho?. Daí surgiu o apelido Baby. Antes das lutas, porém, ele deixa o temperamento calmo de lado e gosta de assistir lutas de MMA e ouvir músicas de rock pesado.
Para chegar a olimpíada do Rio o caminho de Baby não foi fácil. Rafael sofreu uma lesão do tendão do músculo peitoral direito e precisou de cirurgia, não podendo participar do Pan de Torornto em 2015 e nem do campeonato mundial do mesmo ano. Sua convocação para a seleção foi incerta até o último momento, quando saiu a lista oficial. Ele e o judoca David Moura protagonizaram pela vaga o duelo mais acirrado do judô nacional
Apesar de realizar o desejo de ir aos jogos do Rio-2016, uma outra vontade antiga de Rafael infelizmente não se cumpriu nessa Olimpíada: derrotar o francês Teddy Riner, considerado o melhor do mundo na categoria de Baby. Foi Riner que derrotou o judoca brasileiro nas quartas de final, deixando para Rafael apenas o sonho do bronze. Baby se recuperou do baque e derrotou o holandês Roy Meyer na repescagem, chegando a briga pelo bronze contra o uzbeque Abdullo Tangriyev. Nessa luta, Baby venceu fácil, e conquistou a primeira medalha dos homens no Rio, e a segunda da seua carreira e da história do peso pesado no Brasil.