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Conexão wi-fi chega à Boca do Inferno

vulcao-1_ppla_v3-1024x587.jpgNa primeira parte do livro a Divina Comédia, o autor italiano Dante Alighieri descreve o conceito de inferno para a época: nove círculos que se afunilam em direção ao centro da Terra.

De acordo com essa ideia, em tempos passados, muitas pessoas acreditavam haver portais espalhados pelo globo que permitiam acesso a esse universo longínquo e bem quentinho. Um deles era o vulcão Masaya, na Nicarágua, que ganhou o simpático apelido de ?Boca do Inferno?.

Atualmente, devido a suas características e por estar localizado a menos de 20 quilômetros da capital Managua, o Masaya não deixa de representar uma ameaça aos moradores da região. Pensando em resolver essa ?batata quente?, o governo do país firmou uma parceria com o especialista e explorador de vulcões Sam Cossman e com a GE para fazer um mapeamento de todo o local com a instalação de 80 sensores wireless dentro da cratera.

Sam será o grande responsável por posicionar corretamente os aparelhos, que são tão pequenos que cabem na palma da mão. Para garantir que não derretam, foi utilizada a tecnologia de uma companhia espanhola, que protege os sensores em uma espécie de caixa hermética com vácuo em seu interior.

Vestindo uma roupa especial de alumínio, o explorador descerá cerca de 365 metros dentro do Masaya, de um total de 635 metros. Só para ter uma ideia, o ?mergulho? de Cossman para instalar e testar a rede de sensores será 40 metros mais profundo do que a altura da Torre Eiffel, em Paris. Tudo isso enfrentando temperaturas amenas que podem variar entre 65°C e 530°C.

Uma vez funcionando, o sistema será capaz de captar e processar importantes dados em tempo real, como temperatura, pressão atmosférica, gravidade, informações sísmicas e alterações de diferentes tipos de gases (dióxido de carbono, dióxido de enxofre e sulfato de hidrogênio).

sensores.jpgDepois de capturados, todos esses materiais serão transmitidos via internet para uma aplicação desenvolvida com base na Predix, desenvolvida pela GE para utilização na indústria. Trata-se de uma plataforma na nuvem capaz de armazenar e organizar dados levantados e transmitidos pelos sensores wireless.

A ideia é que diversos especialistas tenham acesso à plataforma e suas respectivas indicações. Além disso, um site mais ?simplificado?, em que os dados serão traduzidos de forma clara e inteligível para leigos, poderá ser utilizado por moradores e turistas que visitam a região ? o vulcão Masaya está localizado em um parque nacional, sendo possível fazer uma caminhada próximo à Boca do Inferno e Cratera Santiago. Essa última, bastante ativa, costuma produzir muita fumaça.

A instalação e testes de todo esse sistema, cujo principal desafio é funcionar corretamente em condições tão extremas, já estão a todo vapor! O melhor ? além de evitar um possível desastre, claro ? é que a equipe testa a eficiência dessa conexão postando tudo nas redes sociais. Para acompanhar, siga o @sam_cossman no Twitter, além dos perfis da @GeneralElectric no Instagram e no Snapchat.